Uma boa recompensa para a sua presistencia. Também eu procuro o meu bisavô materno natural de S. Teotonio que na família se diz ter ido para o Brasil e nunca mais saber nada, mas não desisto,


Algumas histórias que nós encontramos ao conversar diariamente com dezenas de usuários são emocionantes. Algumas delas nem sempre escritas com o intuito de serem grandes histórias, mas apenas para nos explicar um problema e acabam por se tornar uma grande história.
Achar estas histórias as vezes é como encontrar uma pepita de ouro em meio a um monte de outros metais.
A tempos atrás, recebi um e-mail de Manuela Pinheiro, usuária de MyHeritage e que trabalha na área médica em Faro – Algarve – Portugal.
No meio de muitas histórias que ela me escreveu para explicar seu problema uma delas me chamou a atenção e a partir dai passamos a nos comunicar, por e-mails e também pelo Skype.
Conseguimos um bela história de dedicação e carinho que levou anos para ser completamente concluída e documentada. Um verdadeiro trabalho de paciência que nasceu de um sonho de adolescente.
“Desde tenra idade sempre ouvia falar do meu tio Marcolino que tinha deixado a sua terra natal e ninguém mais sabia dele. Ora, eu conhecia toda a irmandade de meu pai, menos o tio Marcolino, vivemos sempre perto uns dos outros até porque Portugal é pequeno e da família do meu pai nunca houve grande tendência de se afastarem ou emigrarem, somente esse irmão. Tudo rodava á volta da matriarca da família, a minha avó paterna (Catarina) que ficou viúva um pouco cedo e mulher trabalhadora e de ar autoritário. Enquanto foi viva, nada se fazia sem reunião de família tendo ela sempre a última palavra que era cumprida pelos filhos.
Assim fui crescendo, neste género de família conservadora, e sempre que nos juntávamos para uma festa, uma jantarada vinha logo a conversa “como será a vida do tio Marcolino, será vivo, passará bem, onde estará etc…”
Aguçada pelo sentido de união familiar que fui habituada criaram na minha pessoa uma preocupação e curiosidade que foi aumentando, tanto por ele como pela família que possivelmente teria procriado. Até porque esta curiosidade e por estar rodeada de muita família talvez seja uma razão para começar a gostar de Genealogia e de querer saber dos que não conhecia”.
Manuela mora de frente para Arquivo Distrital de Faro, capital do Algarve – Portugal e de sua casa até lá é um pequeno trajeto rumo aos importantes documentos que fazem parte de sua família.
“…não é preciso andar muito e todos os bocados possíveis, lá estou eu cheirando o mofo dos velhos livros, ao que parece já não posso passar sem tal”.
E assim, de bocados em bocados ela encontrou a tão sonhada história perdida de seu tio Marcolino, não sem pensar que seu trabalho teria tido uma pequena ajuda de inúmeras coincidências. “…a vontade era tanta de localizar minha família que cheguei quase a sentir que havia uma ajuda espiritual, parece que sentia que iria apanhar algo que me haveria de interessar“.
A vontade muito forte, era localizar o 2ºirmão do meu pai, que terá ido para Argentina á cerca de 70 anos e apesar da família durante algum tempo o procurar, pouco se sabia, somente que teria passado para o Brasil.
Imaginei aqueles países enormes e como encontrar, que muito provavelmente já teria morrido. Saiu de Portugal, tendo deixado um filho de meses que nunca conheceu o pai, só pela foto e que faleceu com a idade de quarenta e poucos anos. Fiz contas ao ano do nascimento do filho e comecei a pesquisar os pedidos de passaportes, pois haviam muitas versões de conversa na família. Localizei a data certa da saída dele de Lisboa para Buenos Aires. Mas a minha mãe continuava a dizer-me que ele tinha ido depois para o Brasil, segundo versão de uns cunhados que estiveram juntos na Argentina.
Entretanto ia estudando as deslocações dos emigrantes, e a tal luzinha dizia-me que o local mais indicado seria procurar o Porto de Santos – São Paulo.
Pedi a ajuda do Portal do Emigrante, pois eu possuia toda a identificação do meu tio, com nomes dos pais, tudo completo, e rapidamente obtive resposta com a data de entrada, nome do barco e para me dirigir á Embaixada de Santos. Mandei e-mails para Santos e para São Paulo. Responderam-me de Santos, que tinham o registo dele, onde tinha trabalhado com as respectivas datas (encontrá-lo vivo era impossível, pois era um pouco mais velho que o meu pai nascido em 1911) mas devia ter descendentes. Mas o próprio Consulado de Santos, sem eu pedir, continuou a pesquisa, e cerca de um mês recebo um e-mail de um neto dele a dar-me noticias, foi das coisas mais belas da minha vida.
Ao fim de 70 anos em que a família tinha perdido aquele elemento familiar eu encontro no Brasil uma família espetacular e hoje trocamos ideias e sabem agora aquilo que também procuravam: a identidade e família daquele avô, homem de poucas falas que quase nada lhes tinham contado.
Estamos tentando que eles venham a Portugal conhecer a família e as suas origens. O filho que ele tinha deixado cá e que nunca teve qualquer contacto com o pai, cresceu e teve precisamente a mesma profissão do pai, dois homens peritos em electrônica.
Tenho tido ajuda de um grupo de amigos que gostam deste trabalho, como a família é proveniente de freguesias muito próximas, acabamos por ter alguns avós de gerações anteriores em comum, sempre passamos trabalho uns aos outros, principalmente a pesquisa nos microfilmes que a Igreja Mórmon que tem tido a amabilidade de nos facultar.
Encontrei apelidos (sobrenome) pouco comuns que não sabia que eram da minha família e o que me levou a procurar ao pormenor, deu para ver que duas colegas minhas eram da minha família (apelido Adanjo, que provem de S. Brás de Alportel – Faro).

Os meus avó com os filhos, o meu pai, é o 1º atrás á esquerda seguido do meu tio Marcolino que está ao meio da foto , a irmã mais velha já com uma filha e atrás dela o marido. A restante pequenada são as irmãs mais novas.
Neste ponto, Manuela nos deixa uma excelente dica de como se deve proceder nas pesquisas:
“Quando procuro não me interessa apenas a linha directa, vou para os colaterais, para ver as ligações familiares. Tenho casais que tiveram muitos filhos e cada um acabou por dar origem a um ramo da minha família, são meus avós mais que uma vez.
Já tenho sido contactada por algumas pessoas que estão fora do país e através da minha árvore têm familiares comuns. Contactei familiares que estão espalhados por diversos continentes, os quais não os via há muito tempo, e que, contribuíram com fotos, e hoje estou mais perto deles apesar das distancias. As novas tecnologias de MyHeritage ajudaram muito, pena que eles (os primos), dos antepassados, pouco ou nada sabem e é eu que lhes vou dando dados, mas indicam os mais novos á medida que vão casando ou nascendo.
A sua família no Brasil, hoje integrada a árvore que Manuela mantém em MyHeritage, já é contato constante e fazem parte já das inúmeras conexões e enlaces que a nossa árvore genealógica nos permite ter.
Do Tio-avô Marcolino, os parentes colaboraram ampliando o tão esperado sonho de adolescente e constantemente trocam mensagem entre si, como neste e-mail entre primos que contem além de simples palavras o carinho de quem a muito se conhece e anseia pela visita:
(e-mail entre Manuela e seu primo Carlos Alberto)
Obrigado Manuela, mas aos pouquinho é mais gostoso, senão ficamos sem assuntos, verifique na arvore se estão nossas fotos, domingo quando cheguei na casa da Lili, havia pouco que vocês tinham se comunicado, ai ficamos brincando com a Adriana de recortar e colar figurinhas das mudas de pinheiro na grande arvore que você mandou, chegou a ver?
Realmente a Adulia comunicou-se, apesar que preciso decorar porque são muitos e não estava acostumado com tantos primos de primeiro, segundo graus e tios, infelizmente nunca tivemos essa oportunidade desse convívio, eu também tenho pouco tempo tenho uma loja de artigos esotéricos, não sei como se diz em Portugal, e chego pelas 8 da noite, e uma coisa e outra já e tarde agora e são 21:10, sempre tenho que estudar algo e o tempo e muito curto, outras vezes vamos dar uma andada na areia da praia, pois o corpo precisa. Quanto a ir a Portugal, não sei se vai dar tempo, mas se não der nos fazemos essa festança um dia no céu, o que você acha? Um Beijo (Carlos Alberto já faleceu o ano passado sem conhecer pessoalmente a prima).
Quem teria sido a luzinha que me encaminhou até vocês, ainda hoje penso que realmente isto foi quase um milagre, o Brasil é enorme e a dúvida existia entre se seria o Brasil ou a Argentina. Isto devia ter acontecido aos uns anos atrás, pois ainda estariam vivos alguns irmãos e quem sabe o Tio Marcolino.(respondeu Manuela)
Hoje Manuela tem, em sua árvore genealógica em MyHeritage, PremiumPlus, 6797 perfis de parentes e a maioria deles documentados pelos 48 membros que vivem no Brasil e em Portugal mas, ligados pela sua árvore genealógica para sempre.
Se você tem história a serem contadas aqui em nosso blog, escreva para stories@myheritage.com que teremos o prazer de trazê-la para nossos leitores.
Messody
3 de julho de 2013
Oi Manuela, minha história é um pouco parecida com a sua. Meu pai, que já é falecido, me contava que durante a 1ª grande guerra, meus bisavós colocaram os filhos em navios para os proteger, alguns vieram pra cá, outros para os EUA, e outros pra Argentina. tenho muita curiosidade de conhecer os descendentes de meus tios-avós, mas não tenho sua esperteza. Fico muito feliz por vc, e fico pensando tbm em como deve ser grande a minha família e como tenho curiosidade de saber mais deles. bjs, adorei sua história.