só com o nome do familiar é possivel saber quando chegou, e para onde foi.
Dependendo se você mora no Brasil ou em Portugal, quando pensamos nos nossos antepassados partindo para o Brasil, ou chegando por aqui, muitas vezes nós nos lembramos da Hospedaria dos Imigrantes, em São Paulo. Aquele foi o local onde muitas pessoas passaram, após sua chegada no país. Era um local de abrigo, de cadastramento, de encontros e orientação, uma preparação para o que estava por vir, na grande aventura de se deixar o próprio país, para tentar a sorte em um outro local.
Mas são poucas as pessoas que se lembram da Hospedaria da Ilha das Flores, em São Gonçalo/RJ. A Ilha das Flores, que agora não é mais uma ilha, já que foram feitos vários trabalhos de aterramento, na década de 80, para ligar a ilha ao continente, foi o primeiro espaço para imigrantes no Brasil. Criada em 1883, a hospedaria era o local para onde os imigrantes europeus eram levados, após a sua chegada por navio no porto do Rio de Janeiro. Lá era feito um registro do imigrante e este era também submetido a um controle sanitário, para que fosse evitada a entrada de doenças no país.
Terminada a consulta médica, os imigrantes recebiam roupas de cama e sabão, pois tinham a responsabilidade de cuidar e limpar suas próprias roupas. Depois, eram encaminhados aos alojamentos, que estavam espalhados pela ilha: um principal, na região sul, bem próximo à administração da hospedaria, e os outros três na parte norte. Os alojamentos eram divididos levando-se em conta o gênero e o estado civil. Assim, os imigrantes eram acomodados em quartos reservados a jovens solteiros, a homens casados, a mulheres solteiras e a mulheres casadas com filhos pequenos. Depois desta etapa, todos se dirigiam ao refeitório, onde tinham o primeiro contato com a culinária local: eram-lhes servidos arroz e feijão.
Finalmente, os imigrantes eram instruídos que deveriam encontrar um emprego e deixar a hospedaria, num prazo máximo de oito dias. No próprio local havia um balcão de empregos, para os primeiros contatos, mas empregadores também costumavam passar pela hospedaria, para recrutar mão de obra. Nem todos os imigrantes, no entanto, tinham como objetivo trabalhar na lavoura – que era, na verdade, o motivo pelo qual o Brasil tentava atrair imigrantes para o país, principalmente após o fim da escravidão – com isso, vários imigrantes deixavam a hospedaria e instalavam-se nas cidades vizinhas, como Niterói e Rio de Janeiro, tentando, também no Brasil, realizar o “sonho americano”.
Como relatado, os imigrantes eram registrados assim que chegavam na hospedaria. Em grandes livros manuscritos, eram anotados, o porto de embarque no país de origem ou de trânsito, nome, idade, sexo, parentesco dentro do grupo familiar, nacionalidade, profissão e destino. No entanto, com a confusão da chegada de centenas, ou mesmo milhares de pessoas, cansadas depois de uma exaustiva viagem, com pessoas doentes, crianças e até idosos, os registros eram feitos de forma apressada e nem sempre de forma precisa. Não raramente, os nomes eram escritos de forma errônea e, infelizmente, não corrigidos, pois os imigrantes que chegavam eram muitas vezes analfabetos, ou não conheciam o alfabeto latino, para corrigir os erros.
Estes documentos têm muito valor para os genealogistas e para todos aqueles que têm interesse em descobrir mais sobre a história da sua família. Eles encontram-se microfilmados no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, onde podem ser consultados. Além disso, quem reside fora do Rio de Janeiro pode solicitar cópias de documentos pelo Atendimento à Distância, mas neste caso são necessários dados mais precisos que possibilitem sua localização: nome da embarcação, data de chegada etc. Também no SuperSearch podem ser pesquisados alguns arquivos ligados à chegada de nossos antepassados no Porto do Rio de Janeiro.
Você também tem parentes que passaram pela Hospedaria da Ilha das Flores? Ou que passaram pelo Porto do Rio de Janeiro? Que documentos vocês já encontraram?
Fonte: Wikipedia.pt, hospedariailhadasflores.com.br
Maria Sotera Kozelinski
10 de fevereiro de 2016
Eu gostaria de saber sobre meus avós e bisavós: Mikita Kozlinski e família meu bisavô , mais dados não tenho que pena! Ano da emigração 1894.