

Alguns contatos são marcantes. Valem a pena serem reportados principalmente se, envolve genealogia e cultura popular.
Conversando com um amigo pelo telefone, ouvi uma expressão que a muito não ouvia e que me despertou a curiosidade.
Primeiramente, como quase sempre, depois de “desfiar o rosário”, este meu amigo me reportava que, entre tantos problemas que ele estava encontrando, a sua árvore estava em: …um estágio difícil de ser resolvido e eu estou “chorando a pitanga”.
Já fazia algum tempo que eu não conversava com uma pessoa que usasse tantos “ditos populares” e de forma tão natural. É lógico que a principio parece uma nova língua, com tantos significados que exigiram de mim, anotar e depois traduzir para o português. A variedade das línguas faladas dentro do país é impressionante.
Ao traduzir, pude compreender a totalidade do problema e assim, resolver a questão.
Para quem não conhece, pitanga é uma frutinha nativa da Mata Atlântica no Brasil, fruta carnosa e aquosa, tem o sabor agridoce e muito apreciada, e ao amadurecer, ganha as cores verde, amarela, laranja até ficar vermelha, curiosamente, as cores de nosso logotipo. O nome Pitanga é original da língua Tupi Guarani e significa “vermelho” ou “pyrang”.
Isso me chamou a atenção e procurei o significado da expressão. Segundo Rainer Sousa, o termo lusitano do primeiros colonos, “Chorar lágrimas de sangue” de difícil entendimento pelos indígenas, foi adaptado para “Chorar lágrimas vermelhas” que acabou em “chorar pitangas”.
Traduzido, ficou bem fácil não foi?
Eu tenho visto diversos estágios idênticos reportados por alguns genealogistas em sua busca pela história da família. “Matutei” uma forma de ajudar.
Um destes estágios, que leva muita gente a chorar pitangas é quando o crescimento da árvore dispara para os ramos de famílias agregadas pelo matrimônio, quando a família começa a ganhar membros que nem sempre são conhecidos do webmaster. Chorar pitangas aqui significa não saber se a árvore genealógica esta corretamente sendo preenchida. Afinal, esta fugindo ao controle do webmaster.
Alguns tomam medidas drásticas, apagando genealogias e excluindo os membros agregados. Outros não sabem como se comportar e acabam por “deixar as águas correrem”. Outros tentam soluções e resolvem.
Eu fiquei imaginando um colono português do principio da colonização e um indígena tentando se comunicar. Deve ter sido bastante difícil para ambos. Tentem acompanhar o raciocínio: sangue – vermelho – pitanga.
Genial não é mesmo? O padrão comum para entendimento de chorar lágrimas de sangue, foi a cor. A única coisa comum aos dois, já que os indígenas não conheciam a palavra sangue.
“Pensei lá com meus botões”, como resolver um problema de comunicação? Simples.
Todo webmaster, gerente que é de sua árvore, deve periodicamente pedir o relato histórico da nova família para quem estiver montando a sua árvore, assim, com sua experiência poderá não só inteirar-se de uma nova história sendo contada como também achar a “cor” que une as famílias.
Achar a cor neste caso, é gerar interesse, não só o seu, mas de toda a família.
Nós temos a ferramenta e chama-se ARTIGOS DE NOTÍCIAS e está na sua página inicial.
Muitos genealogistas evitam que os membros escrevam na página inicial, mas é um grande erro estratégico. O correto é encorajar que seus parentes escrevam a história de seus ramos, a partir da união pelo matrimonio. Assim, sua genealogia terá capítulos interessantíssimos que vão gerar expectativa e curiosidade de outros membros, que vão navegar pelos ramos de sua árvore conhecendo o resto da família. Afinal, vocês estão escrevendo a História da Família. Você, historiador, pode dar uma ajudazinha no texto.
Um simples e-mail e com a configuração correta liberando a edição de textos pelos outros usuários de sua árvore, conseguirá encontrar não só o vermelho, mas o amarelo, o laranja, o verde e todas as cores que compõem o arco-íris.
Assim como o colonizador, temos que nos adaptar a culturas diferentes da nossa, senão, corremos o risco de “caçar e não comer”.
Fonte de consulta: Chorar as Pitangas; SOUZA,Rainer.
Darcy Helena Barbosa
18 de agosto de 2012
Achei muito boa esta explicação,sempre acrescentando conhecimento e esclarecimentopara áqueles que estão em busca da verdade.