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Hoje trazemos um texto de uma entusiasta da genealogia genética: Damaris Bortolotto. A Damaris, ou Dan, como ela é carinhosamente chamada nos grupos de discussão ligados à genética nos quais a Damaris participa, é psicológa de profissão e genealogista de coração. Após o seu primeiro teste de DNA ela se tornou uma grande entusiasta do assunto e não parou mais. A família quase toda já foi testada e as descobertas que ela pode fazer são simplesmente sensacionais.
Muito obrigada Dan pelo relato e muito sucesso nas pesquisas futuras!
“Em 2015 vi uma notícia no jornal que Portugal estava concedendo cidadania aos portugueses que eram descendentes de judeus que foram forçados a conversão. E dizia a notícia: veja se seu sobrenome está aqui… E estava! Encontrei Andrade logo de cara e fiquei curiosa… Em pouco tempo fiz a árvore genealógica de meu pai até o ano de 1600, algo que deixou ele muito feliz e animado com cada descoberta. Quando não consegui prosseguir mais nas pesquisas documentais, encomendei um teste de DNA para ele e foi uma descoberta impressionante!
Minha irmã se empolgou com os resultados e encomendou um teste para ela também! E apareceram muitos matches, que são pessoas pelo mundo a fora que são nossos primos genéticos e que gostariam de saber onde se conectavam com ela. Porém, só tínhamos a árvore de meu pai, e as pessoas que não eram primas dele ficavam sem respostas.
Então chegou a hora de pesquisar a genealogia de minha mãe.
No Dia das Mães dei a ela de presente um exame de DNA. A seguir comecei a pesquisar a árvore genealógica dela, minha intenção era fazer uma árvore tão extensa quanto a de meu pai e dar a ela de presente pelo 76o. Aniversário, que seria em julho.
Apesar de encontrar certa dificuldade para iniciar a pesquisa, mantive a perseverança e fui conseguindo a cada dia novas descobertas que iam sendo acrescentadas a árvore no MyHeritage.
Aos poucos, fui descobrindo que minha avó materna, apesar da simplicidade, era descendente de pessoas que fizeram a história do povoamento de São Paulo, como os bandeirantes e outros personagens históricos. A genealogia de minha avó materna é uma verdadeira aula de história.
Concentrei-me na linhagem matrilinear, pois gostaria muito de descobrir quem seria nossa matriarca, fui pesquisando até alcançar 18 gerações, época que coincide com o ano de 1500, descobrimento do Brasil.
Descobri que minha mãe é descendente direta da índia mais famosa da história brasileira: Bartyra M’Bicy , filha do Cacique Tibiriça, com Potyra, uma índia Guaianás. Bartira recebeu o nome de batismo Isabel Dias, em homenagem a rainha de Portugal.
Ela descende de outras índias também, como Índia Antonia Ussú Rodrigues (1505, antepassada 14 gerações), Índia Nm Karay-yó Piqueroby (antepassada direta, 14 gerações) filhas do Cacique Piqueroby;e das Índia Beatriz Dias Machado (antepassada direta, 14 gerações), Índia Maria da Grã Teberê (antepassada direta, 15 gerações), e da mesma Bartira as três foram filhas do Cacique Tibiriça, descende também da Índia Tapuia São Vicente (antepassada de 15 gerações) a qual desconhecemos sua genealogia, visto que foi capturada.
A descoberta é um grande achado genético e genealógico, pois se trata de uma linhagem matrilinear, ininterrupta, por 15 gerações e que tem a índia aparece como nossa Bartyra como nossa matriarca.
Índia Bartyra se casou com João Ramalho, a primeiro união entre um português e uma índia registrado na historia brasileira, em aproximadamente 1510. Eles são considerados os pais dos paulistas.
Apesar de o Brasil ter mais de 200 milhões de habitantes, os laboratórios ainda não identificam nenhum DNA como sendo genuinamente brasileiro. Isto porque estas tribos foram extintas e não se tem conhecimento de sítios arqueológicos que poderiam identificar o DNA nativo brasileiro. Até o momento, não se tinha conhecimento genético destas tribos que participaram efetivamente do povoamento do país.
Embora muitos brasileiros, assim como eu, somos descendentes destas tribos brasileiras, em nossos resultados de DNA aparecem América Central e América do Norte como referências geográficas e não o Brasil.
Minha irmã fez o teste de DNA mitocondrial, que é o DNA passado de mães para as filhas, e o resultado foi A2aa.
Assim, com este achado, podemos afirmar que Bartira era A2aa, e foi passando para suas filhas, que passaram para suas netas, até chegar em nossa geração.
Desta forma podemos supor que outras índias brasileiras também carregavam mesmo haplogrupo mitocondrial A2aa, e que outras novas descobertas podem surgir contribuindo para a identificação e reconhecimento do DNA nacional.
Somos um caso raro em que se conseguiu unir genealogia genética e documental ate primórdios da colonização brasileira. Nunca imaginei que a pesquisa genealógica e genética de minha mãe fosse desvendar parte do DNA nacional.
Este achado mostra a importância de se realizar mais pesquisas de DNA relacionadas com árvores genealógicas que tenham origem no Brasil Colonial.
Um grupo de pesquisadores de genealogia genética brasileira está buscando identificar outras descendentes de Bartira, assim como outras índias brasileiras para que num futuro bem próximo os laboratórios de DNA possam colocar no mapa do Brasil o DNA autossômico e também o Mitocondrial A2aa e outros que venham a ser encontrados.
Uma descoberta surpreendente!
Embora estas famílias tenham se originado em São Paulo, os descendentes foram se espalhando por todo o país. Assim, muitas brasileiras podem carregar a informação genética preciosa das primeiras índias que povoaram o Brasil.
Aqui fica o convite, junte-se a nós e nos ajudem a identificar o DNA Nacional!”
Roberto Manjoli Carange
21 de setembro de 2017
Eu ativei e enviei um Kit DNA para vocês dia 07/08/17 e até agora consta no Site de vocês que ainda não o receberam, como faço para localizá-lo?
Muito obrigado.
Roberto Manjoli