Karen achamos linda essa história, realmente a máxima “até que a morte nos separe” não deve ser o fim de um grande e intenso amor, preferimos acreditar mais no escrito dos poetas que falam na existência de “O Amor Depois do Amor”. Os que gostaram do artigo acima poderiam assistir ao filme de “Marizinha e Jorge Nelson” para entenderem as dificuldades a que muitos amores são submetidos e resistem.
O cemitério Nabij de Kapel in ‘t Zand, na localidade de Roermond, na Holanda está dividido em várias seções. Os túmulos são classificados de acordo com a religião e separados com paredes de pedras. O posicionamento reflete as crenças religiosas durante o século XIX.
No entanto, em Najib de Kapel in ‘t Zand temos um caso especial. Dois túmulos, cada um em uma seção diferente do cemitério (protestante e católico) se erguem e se dão as mãos, fundindo-se em um símbolo de amor universal e de unidade que transcendem as barreiras e as convenções a que estão amarrados.
Este é um exemplo de um relacionamento especial em que o status quo, as crenças e estigmas foram deixados para trás para dar lugar a uma fonte global de inspiração para muitos.
Van Gorkum
No dia 10 de janeiro de 1809 nasce o holandês, de religião protestante, Jacob Waernerus Constantinus (Werner Constantin), nascido em Amsterdã e filho de Jan Egtbartus (Egbertus) van Gorkum (1780-1862) e de Jacoba Lydia Maria de Bère (1787-1849). Jacob foi batizado no dia 29 de janeiro de 1809, numa antiga Igreja em Amsterdã.
Jan, o pai, fez carreira no Exército e alcançou o posto de major-general, além de ter sido um cartógrafo militar muito talentoso. Jan Egbertus teve uma contribuição significativa na Batalha de Waterloo e o retrato de sua esposa Lydia salvou sua vida: uma bala foi desviada graças ao medalhão que ele levava no pescoço.
No dia 3 de novembro de 1842 Jacob Werner Constantin van Gorcum, coronel do Exército, se casou com a católica Josephina Carolina Petronella Hubertine van Aefferden. Eles se casaram na Alemanha, perto da cidade de Venlo. Tal casamento, com pessoas de classe e religiões diferentes, no século XIX, não era assim tão comum. Apesar de tudo, eles decidiram se casar ainda assim e tiveram vários filhos.
Van Aefferden
Josephina van Aefferden, nasceu no dia 28 de junho de 1820 em Roermond, a penúltima filha de uma família de 10 filhos de Johannes Baptist van Aefferden (1767-1840), membro do Conselho distrital de Limburg e a nobre Maria Agnes Petit (1779-1861).
O pai Johannes Baptist van Aefferden foi um membro do Conselho de Venlo e foi nomeado Cavaleiro de Limburg, obtendo um título da nobreza, tornando-se um ancestral nobre de famílias holandesas e belgas. O ramo holandês desta família terminou em 2006.
Aqui estão os filhos do casamento entre Johannes B.A.F.J. van Aefferden & Maria A. B. H. Petit:
- Pieter Ernestus Gustavus van Aefferden (1804-1805)
- Franciscus Adamus Ernestus Felix van Aefferden (1806-1838)
- Albert Peter Joseph Burggraaf van Aefferden (1808-1892)
- Charlotte Maria Bernardina van Aefferden (1809-1892)
- Felix Hendrik Johannes Hubertus van Aefferden (1811-1842)
- Ernestina Francisca Hubertina van Aefferden (1813-1820)
- Josephus Cornelis Hubertus van Aefferden (1815-1837)
- Maria Johanna Hubertina van Aefferden (1818-1836)
- Josephina Carolina Petronella Hubertine van Aefferden (1820-1888)
- Maria Theresia Adriana Hubertina van Aefferden (1822-1836).
Morte de J.W.Z van Gorkum
Quando Jacob van Gorkum faleceu no dia 29 de agosto de 1880 em Roermond, seu túmulo foi erguido junto ao muro da seção católica do cemitério. Muito provavelmente o desejo do casal já tinha sido esquematizado. Para o público, no entanto, era um mistério a escolha do local.
Não está claro se na altura o monumento já tinha uma estrutura adequada ou se esta foi feita posteriormente, juntamente com a construção do túmulo da esposa.
Oito anos mais tarde, quando a viúva de van Gorkum também falece, no dia 29 de novembro de 1888 ela não é enterrada no jazigo da família – que tem um local prominente, no centro do cemitério – mas sim, em frente ao túmulo de seu marido, que foi erguido junto ao muro. Finalmente, o monumento estava completo.
O casal parece ter decidido que “até que a morte nos separe” não era bom o suficiente para eles…
Maria Lúcia Bernardini
6 de março de 2014
Que postagem comovente! Que casal exemplar! Refletem, para a eternidade, a tolerância, o respeito que os Homens deveriam aprender a ter e a exercer para que o mundo fosse melhor. Parabéns, Karen, pela redação do texto. No MyHeritage, temos a ferramente “Cemitério Virtual”, onde podemos postar as fotos de túmulos/jazigos de nossos parentes falecidos. Sabemos que cemitérios não são locais benquistos por todos – temos que respeitar aqueles que não gostam deles – porém, muitas vezes, neles encontramos túmulos/jazigos de ancestrais, datas para que possamos procurá-los em cartórios e preencher os perfis e até fotos dos falecidos que se tornam fotos pessoais. Abraços.