Emma Willard: a educadora que desenhou mapas magníficos da história
- Por Daniella ·
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Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras. Embora a linguagem nos dê a capacidade de transmitir conceitos complexos e abstratos, ainda é muito mais fácil para nossos cérebros entender certas ideias quando são apresentadas visualmente.
Isso explica a popularidade dos infográficos no século XXI. Ver uma representação gráfica de dados nos ajuda a entender intuitiva e instantaneamente ideias que podem dar muito mais trabalho ao nosso cérebro para entender quando são explicadas em palavras.
No entanto, a ideia de um infográfico não é nova. Gráficos, mapas e linhas do tempo são usados há séculos para ajudar as pessoas a entender melhor as ideias. Na verdade, a ideia de uma árvore genealógica é exatamente essa: uma representação visual de um conceito abstrato. Sua família real não se parece com uma árvore na realidade! Mas quando você traça no papel, é mais fácil entender as relações criando uma espécie de mapa que conecta os indivíduos da família, e porque se espalha e tem galhos que lembram a imagem de uma árvore – a árvore tornou-se a imagem mais difundida associada ao conceito de família.
É claro que as árvores genealógicas, por mais elaboradas que sejam, são um conceito relativamente simples de entender. O desafio está em tentar representar visualmente dados mais complexos. Nos dias anteriores ao Excel e Powerpoint, essas visualizações precisavam ser desenhadas à mão – e exigiam muita precisão, talento e proeza artística.
Ninguém dominou a arte do infográfico desenhado à mão como Emma Willard, uma educadora americana do início do século XIX e ativista dos direitos das mulheres cujo trabalho literalmente mudou a maneira como as pessoas viam a história.
Emma acreditava que apresentar informações abstratas visualmente ajudaria os alunos a se lembrarem melhor delas. Uma das disciplinas consideradas adequadas tanto para alunos do sexo masculino quanto para o feminino na época era geografia e, como uma jovem professora, Emma incentivava seus alunos a desenhar mapas – não apenas para copiá-los, mas desenhá-los de memória; e não apenas para criar uma reprodução visual, mas para demonstrar uma compreensão das relações entre os espaços.
Não é de admirar, então, que ela finalmente começou a aplicar esse conceito ao tempo.
Uma de suas obras mais marcantes, “O Templo do Tempo” (1846), quase convida o aluno a ficar dentro do templo conceitual e fazer parte do cenário, observando os eventos e figuras históricas – representadas por pilares que se encolhem na distância – como um observador olhando para o passado.