Ontem, hoje e amanhã: os registros da minha família sobreviverão quando eu não estiver mais por aqui?

Ontem, hoje e amanhã: os registros da minha família sobreviverão quando eu não estiver mais por aqui?

Este é um artigo escrito por uma convidada – Joy Shiver. Joy é a proprietária do site JustaJoy.com Family Heirloom Exchange, um site para a busca de sobrenomes, utilizada por antiquários para procurar seus familiares. Com milhares de itens originais associados a mais de 100 mil sobrenomes, JustaJoy.com se tornou o maior site no mundo a reunir objetos antigos às suas famílias originais. Joy coleciona objetos antigos e os vende também, de forma que ela tem toda uma qualificação para lidar com o tema. Ela explica o seu site assim: “Caça de antiguidades na árvore genealógica” e a parte preferida é quando são encontrados matches através do site.

“Muitos colecionadores de antiguidades expressam preocupação quando pensam no que acontecerá com seus objetos, quando eles forem passados para as gerações futuras. Eu estou aqui para oferecer palavras de encorajamento e alento, já que só tive boas surpresas ao lidar com os inúmeros jovens que encontrei ao longo dos anos. 

Como muitos dos nossos leitores já sabem o JustaJoy.com Family Heirloom Exchange foi moldado a partir da nossa antiga firma – o antiquário, JustaJoy Historical Treasures, que era especializado em “artefatos americanos para investimento”. O nosso inventário consistia de itens relacionados à Guerra Revolucionária, Guerra Civil, Experiência Afro-Americana, Primeira e Segunda Grande Guerra, assim como itens políticos. Nosso antiquário acabou atingindo um público bastante vasto, conforme fomos participando de eventos do Massachusetts à Flórida, da Virgínia até a Califórnia.

Em cada evento nós nos deparávamos com crianças, algumas só com oito anos de idade, super curiosas e impacientes, ansiosas por chegar a sua vez de participar em discussõe e debates sobre História e sobre como os objetos costumavam ser produzidos. Elas esperavam impacientemente e faziam dúzias de perguntas, ao mesmo tempo que também compartilhavam informações que elas já conheciam e tocavam com muita leveza e cuidado os objetos (que geralmente não eram caros ou valiosos) que lhes eram apresentados.

Stand em um dos eventos.

Stand em um dos eventos.

Alguns dos seus pais também eram historiadores, mas muitos dos pais destas crianças prodígio ficavam atônitas com o interesse de seus filhos. Uma mãe de uma criança de 11 anos me disse: “Não pergunte pra mim. Eu só acompanho”. Uma outra mãe, com cabelos cuidadosamente escovados, me contou como costuma seguir seu filho por poças cheias de lama, durante encenações comemorativas, ou como já chegou a bater a cabeça em um avião B-24 enquanto acompanhava seu filho a um monólito da Segunda Guerra Mundial. Já uma outra mãe não tinha outra forma de  explicar o entusiasmo do seu filho: “Ele tem uma alma antiga.”.

Nós tínhamos um fã clube de jovens, cujos pais nos contavam: o único motivo pelo qual os filhos queriam ir a estes eventos era o nosso stand – e é difícil receber um elogio maior do que este. Por muitas vezes  eu observava como os pais ficavam num cantinho, bem orgulhosos de seus filhos, enquanto os filhos curtiam nosso stand e até mesmo gastavam toda a sua mesada em balas minié, da Segunda Guerra Mundial, ou moedinhas de 1943, ou uma mochila da Primeira Guerra. Durante estes momentos, parecia que os pais e eu compartilhávamos um segredo – a certeza de que aquela pessoa era muito especial e que não precisaria de muitos conselhos na vida, apenas incentivo. Aqueles momentos eram um privilégio para mim e davam sentido às longas horas na estrada e o peso das caixas carregadas.

Durante nossos anos lidando com antiguidades, vimos muitas daquelas crianças crescerem e se tornarem adultos incríveis. Elas costumavam se interessar pela lei, política ou exército. Mais de um virou escoteiro e um foi eleito pelos seus colegas para dar um discurso na formatura de direito.

Então, como isso tudo lhe ajuda na sua busca para um herdeiro de todos os seus objetos e antiguidades? Talvez nem um pouco, mas eu quis compartilhar esta informação mesmo assim, pois acredito que todo o seu trabalho e descobertas serão com certezas apreciadas por ALGUÉM no futuro – talvez alguém que você nunca chegue a conhecer. E da mesma forma que você também agradece pelos antepassados que você nunca conheceu, mas que deixaram algumas pistas para você seguir e as encontrar, talvez uma pessoa que você não conhece agora será muito grata a você futuramente.

Acredito que o estudo da genealogia é uma atividade abençoada, que se beneficia de um acompanhamento de pessoas desconhecidas. Mesmo que o caminho exato não seja claro, não há motivo para se pensar que esta nossa paixão irá acabar conosco. Afinal de contas, nenhum de nós realmente possui a história da família. Nós simplesmente a protegemos para a próxima geração.

Comentários

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  • Manoel Silverio neto

    26 de abril de 2018

    Já tive mais interesse na história familiar até o momento que não consegui avançar mais por falta de informações. Tentei cartórios, Arquivos de igreja, etc. Todos sem condições de informar ou sem interesse. Sinto que não terei sucessores interessados.

  • Elder Brazil

    29 de abril de 2018

    O banco de dados nas montanhas rochosas guardam bilhões de registros genealógicos e que alimentam as pesquisas feitas através do FamilySearch.com e compartilhadas nos Sites parceiros. A continuidade de uma Árvore Familiar depois do falecimento do usuário não funcionará com login e senha que eram dele. É necessário para continuar usando a árvore familiar, que um parente direto (cônjuge, filhos, irmãos, pais) tenham também acesso ao Site com login e senha próprios e tenham montado suas árvores com dados iguais para os antepassados falecidos.