Observando a nossa história: fotos de família

Observando a nossa história: fotos de família

Sua avó tinha uma.

Sua mãe também.

E aposto que você também tem uma.

Lá no fundo de alguma prateleira mais alta, talvez no porão, no sotão, ou até no quartinho do quintal, você deve ter alguma caixa. Pode ser uma caixa velha de sapatos, uma caixa de camisa, um pote de plástico mais moderno, ou talvez até mesmo um envelope de papel pardo, enfiado em alguma gaveta.

Dentro deste recipiente você talvez tenha flores secas, cartões enviados no natal ou em alguma data comemorativa e muitas fotografias antigas. Caso as fotos sejam suas, você então saberá quem são (ou foram)  as pessoas fotografadas e até mesmo onde as fotos foram batidas. O que é bom.

Porém, pode ser que estes objetos tenham pertencido a sua bisavó. Se você tiver muita sorte, pode ser que ela tenha escrito algumas informações a lápis, de leve, no verso. A senhora com o chapéu esquisito é a prima Helena – você lê – mas você nunca ouviu este nome na sua família anteriormente.

Se você tiver ainda mais sorte, as legendas podem dar outras pistas, dizendo, por exemplo, que a foto veio junto com um presente do “querido irmão de Salvador”. Só que você nunca ouviu falar de ninguém que tivesse um irmão em Salvador.

Caso o seu parente tenha sido muito detalhista, ele ou ela podem ter escrito nomes, datas e locais em cada fotografia. Neste caso, seus colegas genealogistas de todo o mundo vão ficar morrendo de inveja dos seus parentes 😉

O mais provável, no entanto, é que a caixa esteja cheia de fotos antigas e nenhuma com nome.

Afinal, porque elas deveriam ter nomes? O dono das fotos conhecia cada uma das pessoas retratadas e o relacionamento entre elas. Mas pode ser que o dono das fotos já tenha se ido há 20 anos, ou mais. E você não tinha nenhum interesse na história da família, quando ele estava vivo.

Assim, o dono das fotos provavelmente não poderia nem imaginar que décadas mais tarde alguém pudesse ter interesse nas fotos antigas e o que elas representam.

Pessoalmente, eu acho que meus antepassados queriam me deixar maluca: afinal eles guardaram um monte de imagens valiosas e não identificaram uma única pessoa sequer. Acho que eles ficavam confabulando: “Porque facilitar as coisas pra ela? Ela que dê duro para saber quem era quem!”

Brincadeiras à parte: espero que você consiga quebrar o feitiço das imagens desconhecidas.

Aqui vão algumas ideias para ajudar a preservar o conteúdo destas antigas caixas, cheias de tesouros.

Primeiramente, lembre-se que seu antepassado te fez um grande favor em guardar as fotos em ambientes escuros, para que as fotos não desbotassem, mesmo que elas tenham sido guardadas em lugares pouco apropriados como garagens, porões ou sótãos. Antigamente, na época em que o lápis preto era usado muito mais frequentemente do que hoje em dia, as anotações no verso não estragavam as fotos.

Muitas fotos do final do século XIX e início do século XX estão em ótimas condições pois foram reveladas com muito cuidado. Muitas fotos mais recentes, das décadas de 50, 60 ou 70 desbotaram, ficaram avermelhadas, como resultado de um processo de revelação mecânico e de pouca qualidade.

A mídia eletrônica está sempre sendo discutida. A expectativa de vida destas fotos é simplesmente incerta. Afinal quantas pessoas você conhece que ainda usam vídeo-cassetes do tipo beta, gravadores ou até mesmo toca-fitas?

Os especialistas recomendam que se escaneiem fotos antigas, para serem guardadas em CDs e pendrives para uma cópia de segurança e também que um fotógrafo profissional crie negativos a partir das imagens. Claro, o melhor método para se preservar e compartilhar as fotos é fazer o upload no site do MyHeritage, para que outros familiares também tenham acesso às fotos. Talvez eles também tenham as mesmas fotos, mas talvez eles tenham tido mais sorte e a avó ou tia-avó até escreveu os nomes no verso das fotos 😉

O que fazer e o que não fazer

–Nunca cole uma foto, não use durex, prefira sempre fita adesiva própria para arquivos.

–Nunca use um álbum  com páginas adesivas, onde as fotos são colocadas em um fundo grudento e depois cobertas com uma folha de plástico. É impossíve remover as fotos destes álbuns sem danificá-las. Escaneie estas páginas se possível, ou tire fotos digitais das mesmas ou, melhor ainda, contrate um fotógrafo profissional para copiar fotos mais importantes, individualmente.

–Nunca escreva no verso da foto com caneta, caneta-tinteiro ou lápis duro. Use sempre um lápis macio, escreva de leve, sem marcar. Nunca escreva na frente da foto ou circule uma pessoa em um grupo! Use um papel macio sobreposto e escreva os nomes aí.

–Fotos preto e branco têm maior durabilidade, especialmente se forem armazenadas longe da claridade. Imagens modernas desbotadas podem ser escaneadas, também é possível ajustar a cor com alguns programas de edição de imagens, após o escaneamento.

–Slides antigos com vidro retém humidade e condensação. Bolor e mofo produzem pontos escuros. Escaneie estes slides para salvá-los, copie tudo em um CD, e faça o upload online.

–Trabalhe com CDs, escaneamentos e cópias das imagens. Mantenha as originais guardadas, longe da luz.

–Conforme suas pesquisas vão avançando e você encontra mais familiares, compartilhe suas fotos com eles e peça a eles para ver suas fotos. Pode ser que eles tenham as mesmas fotografias, mas que as suas imagens tenham detalhes que você não tem.

Como determinar a idade e o local de uma fotografia antiga?

Fotos antigas (do século XIX) costumavam ser montadas em cartolina, com o nome e o endereço do fotógrafo. Isto é uma pista. O processo fotográfico usado também dá pistas da data. Detalhes das roupas, decoração interna ou mesmo penteados também oferecem mais informações.

A Library of Congress (Biblioteca do Congresso) oferece um grandes recurso para se ver e pesquisar fotografias. A City Gallery (Galeria Municipal) também oferece informações sobre o uso de fotos para a pesquisa genealógica, com recursos úteis para se calcular a data de fotografias, aqui.

Também existem livros com fotografias datadas, ordenadas por década, comparando detalhes das imagens, como “More Dating Old Photographs 1840-1929” (Calculando as datas de fotografias antigas, de 1840-1929). A introdução, feita pela expert em fotos Maureen Taylor, dá detalhes dos processos fotográficos, papéis, formatos, roupas (mangas, botões, colarinhos, colares, etc) e penteados para homens, mulheres e crianças.

O que você já descobriu nas suas fotos antigas? Vamos adorar saber mais, deixe aqui seu comentário.

Comentários

O endereço de e-mail é mantido privado e não será mostrado

  • joao luis de medeiros botelho

    14 de fevereiro de 2018

    como posse comecar apesquesa dos meus atepassados possui o meu dna