A criação da Europa: 5 acontecimentos importantes

A criação da Europa: 5 acontecimentos importantes

Este artigo foi escrito por Andrew Koch, editor e produtor de conteúdo para a FamilyTreeMagazine.com. Para além da versão impressa e digital da revista Family Tree Magazine, Andrew e sua equipe de editores publicam livros sobre a prática de pesquisa genealógica, webinares e cursos online.

Vamos encarar: muitas pessoas acham que história é um tema chato. Pesquisar sobre nossos antepassados é uma coisa, mas porque deveríamos nos importar com guerras que aconteceram séculos atrás, ou reis que já morreram há um tempão? A história europeia, com seus monarcas e mudanças conturbadas de suas fronteiras, é um pouco dura de engolir.

Mas para aqueles entre nós que têm raízes europeias, há um motivo importante para pesquisarmos a história do velho continente: o país no qual estava localizada a cidade natal do seu antepassado na altura tem relação com o local em que você pode encontrar seus documentos hoje em dia. E mais importante ainda, os aspectos da história europeia podem nos ajudar a entender melhor as vidas e os povoados dos nossos antepassados – incluindo os motivos que os fizeram emigrar.

Felizmente para os genealogistas, não precisamos saber muito da história europeia para nos safarmos. Enquanto eu trabalhava no nosso atlas “The Family Tree Historical Maps Book: Europe,” (Livro de mapas históricos da árvore genealógica: Europa) eu juntei os eventos principais da história europeia que provocaram mudanças nas fronteiras políticas do continente. Quero compartilhar com vocês os cinco eventos históricos mais importantes que modelaram o mapa europeu e as vidas das pessoas que aqui viviam.

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Este mapa mostra a Europa em 1823, pouco tempo depois do Congresso de Viena [David Rumsey Map Collection]

A Paz de Vestfália (1648)

A Guerra dos 30 anos foi um dos extensos conflitos na Europa. Para resumir: rivalidades entre protestantes e católicos no Império Romano acabaram explodindo em uma guerra continental, com a Monarquia de Habsburgo da Áustria e a Espanha lutando contra a França, Inglaterra Suécia e outros. Na Paz de Vestfália (que acabou com a maioria das lutas), o Império Romano perdeu território e o seu poder ficou descentralizado, enquanto a Suíça e a Holanda ganharam independência. Como muitos registros genealógicos começaram a aparecer no século XV, as fronteiras estabelecidas pela Paz de Vestfália podem servir como ponto de partida para começar a busca por documentos.

As Partilhas da Polônia (1772–1795)

Com as confusões da política na Polônia, a Prússia, Áustria e Rússia começaram a conspirar para desmantelar a República das Duas Nações (Comunidade Polaco-Lituana) dos seus territórios. Como resultado, a Polônia perdeu suas terras em 3 apreensões ocorridas naqueles países em 1772, 1793 e 1795. A terceira partilha efetivamente tirou a Polônia do mapa e os poloneses só voltaram a ter um Estado soberano depois da Primeira Grande Guerra. As pessoas com antepassados da Prússia, Alemanha e Áustria (além da Polônia) podem se beneficiar ao estudar os mapas deste período e períodos posteriores.

O Congresso de Viena (1815)

Napoleão Bonaparte conquistou praticamente todo o Centro da Europa pelos idos de 1800s e as fronteiras europeias foram restabelecidas depois de sua derrota. Os países vencedores redesenharam muitas fronteiras para conter a França e, esperava-se, garantir a paz futura. Com o tratado, a França retomou suas fronteiras conforme o traçado anterior às guerras napoleônicas e o concílio devolveu lotes de terra significativos para a Prússia, Áustria e Rússia. Muitas cidades-estados da Alemanha e Itália foram consolidadas ou mescladas, lançando interesse em nações unificadas para grupos étnicos. A Holanda retomou sua independência (juntamente com a Bélgica, que se tornou independente em 1830) e a Dinamarca perdeu a Noruega para a Suécia. Notoriamente, o Congresso também criou a Confederação Alemã (uma liga de Estados alemães independentes) e o semi autônomo Reino da Polônia, dominado pelos russos.

A Unificação da Itália (1861) e Alemanha (1871)

Depois das Guerras Napoleônicas e as Revoluções de 1848, o nacionalismo começou a se espalhar pela Europa. Isto levou alguns residentes de várias cidades-estados da Itália e Alemanha a fundar novos países: o Reino da Itália, em 1861 e o Império Germânico em 1871. Os dois movimentos compartilharam algumas coisas, como os líderes fortes das cidades-estados mais importantes (Victor Emmanuel II e Giuseppe Garibaldi, do Reino da Sardenha, na Itália, e Wilhelm I e Otto von Bismarck da Prússia, na Alemanha). A unificação é um ano fronteiriço importante para todos que pesquisam nestes países,, já que todos os registros anteriores à unificação ficaram guardados localmente.

O Tratado de Versailles (1919)

A Guerra devastou a Europa e seus vencedores quiseram criar uma nova estrutura de poder que prevenisse que um novo desastre como esse voltasse a acontecer. O Império Áustro-Húngaro, um dos poderes centrais, foi dissolvido em vários países novos: Áustria, Hungria, Checoslováquia e Iugoslávia. Culpada por instigar a guerra, a Alemanha perdeu bastante território, também para um recém criado Estado Polonês. Se você tiver antepassados que viveram ou emigraram da Europa durante o período entre as guerras, ou pouco após o início da Segunda Grande Guerra, preste muita atenção ao mapa desta época.

Sua pesquisa histórica não deveria terminar por aqui. Depois de determinar onde seus antepassados moraram, estude a história da região para entender quem estava no poder e onde os registros da época dos seus antepassados são mantidos atualmente. Para mais história da Europa, confira The Family Tree Historical Maps Book: Europe, um atlas mostrado a Europa 1700 até meados de 1900s e The Family Tree Guidebook to Europe, um guia para traçar seus antepassados europeus.