A digitalizações de acervos, é a preservação definitiva e para sempre, uma vez que os arquivos poderão ser guardados em locais diferente, e além disso, facilmente expostos para pesquisas.
Fotos, livros e documentos antigos – como conservá-los
- Por Silvia
Muitos de nós, amantes da genealogia, temos em casa um pequeno arquivo, onde guardamos com todo carinho fotos, livros e documentos antigos de nossos antepassados. Porém, nós todos sabemos que o tempo é o nosso inimigo, assim como insetos e várias outras pragas, que atacam o nosso acervo.
Por isso compilamos para vocês, baseados em informações que nos foram passadas pelo Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga, um pequeno manual para sabermos mais sobre as pragas que estragam nossos acervos e o que fazer para evitá-las.
Quais são os tipos de insetos e pragas que estragam os acervos?
A maioria das espécies de insetos que podem infestar os acervos de papel não são atraídas pelo papel em si, mas pelas gomas, adesivos e amidos, que são digeridos com facilidade muito maior do que a celulose, de que é feito o papel. Alguns insetos atacarão também a celulose (isto é, papel e papelão) e as proteínas (isto é, pergaminho e couro); mas esse dano acarretado pelos insetos não provém unicamente de seus hábitos alimentares; as peças também podem ser danificadas pelas secreções e pelas atividades de abrir túneis e de fazer ninhos.
Falsas traças, tisanuros, piolhos de livros e baratas estão entre as pragas mais comuns. Algumas destas pragas se alimentam da cola do papel, fazendo-lhe furos, danificando as capas dos livros e o papel que as recobre, para chegar aos adesivos que estão por baixo. Outras alimentam-se também de têxteis, principalmente raiom, algodão e linho. Preferem áreas escuras e úmidas, não frequentadas durante longos períodos de tempo. E outras aindaalimentam-se dos fungos que se desenvolvem no papel, de modo que sua presença normalmente indica a existência de umidade na área de armazenagem. Suas secreções costumam deixar manchas fortes no material.
Esta apresentação está longe de ser completa, mas já dá uma base dos perigos a que os nossos acervos estão expostos.
Onde os insetos se hospedam?
Algumas espécies de insetos que ameaçam os acervos prosperam em espaços pequenos, escuros e tranqüilos; em outras palavras, em condições muito comuns às áreas de armazenagem. Os insetos estabelecem moradia em espaços escuros e apertados e são atraídos por pilhas de caixas e outros materiais quase nunca manuseados. Eles vivem ainda em espaços quietos, como cantos, laterais das caixas de livros e atrás dos móveis. Poeira e sujeira ajudam a criar uma atmosfera hospitaleira para essas pragas. Insetos mortos e seus restos atraem outros insetos. Sujeira e desordem dificultam a sua localização, podendo passar despercebidos por muito tempo.
O controle da infestação de insetos requer a eliminação mais extensa possível dos habitats potenciais de insetos e de suas fontes de alimentação.
Como monitorar seu acervo?
Primeiramente é necessário monitorar e verificar se já há alguma praga rondando o seu arquivo… A implementação efetiva de um programa de controle de pragas exige monitoramento rotineiro da atividade dos insetos, a fim de termos informações sobre os tipos e o número de insetos, seus pontos de entrada, os locais onde estão se abrigando e do que estão sobrevivendo. Estas informações permitem a identificação das áreas problemáticas e o desenvolvimento de programas de tratamento adequado para as espécies em questão.
As armadilhas para insetos mais comumente usadas são as viscosas, encontradas em lojas de ferragens e drogarias. Encontram-se disponíveis em diversos tipos: armadilhas planas, retangulares em forma de caixa e em forma de tenda. Quaisquer que sejam o tipo e a marca escolhidos, é importante que haja uma rotina para que os dados possam ser interpretados com precisão.
O procedimento básico de monitoramento é o seguinte:
- Identificar todas as portas, janelas, fontes de água e calor e móveis, em uma planta baixa do prédio;
- Identificar prováveis rotas de insetos e marcar os locais das armadilhas na planta baixa;
- Numerar e datar as armadilhas;
- Colocá-las nas áreas a serem monitorizadas,
- Inspecioná-las e coletá-lasregularmente; e
- Melhorar a localização e a inspeção das armadilhas quando necessário, de acordo
com as provas coletadas.
Como o tratamento em caso de pragas é complicado (exige ou tratamentos químicos com pesticidas ou tratamentos complicados como congelamento, radiação gama ou de microondas) o melhor é prevenir do que remediar.
Aqui vão algumas dicas de como prevenir infestações.
- A temperatura e a umidade relativa perto do acervo deveriam ser mantidas em níveis constantes e moderados. A UR nunca deve exceder os 55%; poderá ser menor, se possível. A temperatura deveria ser mantida constante e abaixo dos 21°C, já que temperaturas mais elevadas aceleram a deterioração do papel. É desejável certa circulação de ar.
- Guarde as obras em invólucros protetores. Coloque os materiais, sem dobrá-los, em pastas dentro de gavetas ou caixas. Recomendam-se caixas individuais para os livros valiosos. A parte superior dos livros (que não se encontram em caixas) e das estantes deve ser limpa regularmente.
- As áreas em que as obras são armazenadas e usadas devem ser mantidas limpas. A limpeza e conservação devem ser cuidadosas e regulares. Limpe o chão com aspirador e não com vassoura, pois ela espalha a poeira. A parte superior dos livros poderá ser aspirada com o uso de uma escova macia acoplada ao aspirador ou limpa com pano de esfregar magnético.
- Mantenha seu acervo longe de plantas vivas. A terra é uma grande fonte de fungos.
- Se o monitoramento indicar UR maior que 55%, faça inspeções regulares em busca de indícios de mofo, sobretudo durante o verão. Não deixe de examinar os vincos dos livros nas lombadas e no seu interior.
- Evite armazenar as obras em áreas potencialmente úmidas ou em locais onde exista a possibilidade de acidentes com água. Essas áreas incluem os subsolos e os espaços ao longo de paredes que não têm isolamento externo.Não armazene obras na proximidade de canos que transportam água.
- Inspecione regularmente os sistemas de aquecimento, ventilação e refrigeração, que constituem terreno propício para o crescimento do mofo. Limpe regularmente as serpentinas de troca do calor, o aparador de óleo e os dutos. Troque os filtros com frequência.
Boa sorte e uma vida longa aos seus acervos!
Fonte: Emergências com pragas e bibliotecas em arquivos: Sherelyn Ogden, Lois Olcott Price, Nieves Valentin e Frank Preusser
Nélio J. Schmidt
6 de outubro de 2014
Nosso parabéns pela importante publicação.
Estima-se, hoje, que aproximadamente mais de 35% dos antigos acervos, não mais existem, por falta de preservação e/ou acidentes por falta de prevenção.
GenealogiaRS – Pesquisas Teuto-Brasileira