Uau, Lúcia, fantástica descoberta! Espero que você encontre um tempinho para voltar às pesquisas, tenho certeza que muitos tesouros lhe aguardam.
Fontes importantes para a genealogia: Jornais
Notícias locais do jornal Spanish American (página 12; 6 de fevereiro de 1905, Roy, Mora County, New Mexico)
Jornais antigos são verdadeiros tesouros genealógicos. Caso a sua família tenha ficado bastante tempo em um único lugar, as chances são grandes de que os jornais locais tenham publicado alguma notícia em relação a eles.
E que tipo de notícias seriam estas? São principalmente informações sobre nascimento, falecimento ou casamento. Era comum no passado publicar-se este tipo de notícia. Além disso, caso os parentes de vocês tenham fundado alguma firma ou tenham tido um negócio próprio, pode haver propaganda deles nos jornais, editais e outras informações importantes ou apenas curiosas. Anúncios, informações sobre os imóveis, festas de final de ano, eventos esportivos e até mesmo os preços das mercadorias, em determinadas épocas, lhe darão uma ideia de como era a vida dos seus familiares. E ainda lhe dão uma visão geral da História, em uma determinada época.
Na página 12 do jornal Spanish American de de 6 de fevereiro de 1906 a seção local oferece exatamente este tipo de informações, como pode ser visto no exemplo ao lado. Nesta coluna das notícias locais (e qual jornal, principalmente de cidade pequena, não tem esta coluna social, não é mesmo?) ficamos sabendo quem foi pra onde, os negócios locais e até mesmo sobre o estado de saúde de determinadas pessoas. Caso os seus parentes também tenham sido mencionados nestas colunas sociais, vocês terão em mãos um material bastante rico e pessoal sobre eles, num determinado período de tempo.
Não importa em que país do mundo vocês vivam, os jornais locais sempre oferecem um material fascinante que não pode ser encontrado em nenhum outro local.
Ainda que informações históricas sejam de grande interesse, são justamente as histórias locais e pessoais encontradas, por exemplo, em colunas sociais que são detentoras de importância para os genealogistas. Um exemplo do colorido local que jornais antigos podem dar são os bens de consumo. Se por um lado eles indicam os gostos de uma época, eles também podem ser colocados num contexto maior, quando pesquisamos anúncios de determinados portos, informando a chegada no país de diversas mercadorias.
No jornal San Francisco Call de 10 de dezembro de 1905, havia um grande anúncio do Centro Comercial Dragers. Através dele sabemos que eles ofereciam fronhas, cartões de natal, pantufas, lenços, brinquedos, talheres, copos e até mesmo mantimentos.
O look da mulher moderna, em 1905. San Francisco Call, 10 de dezembro de 1905.
Na figura abaixo, também é possível saber que uma mulher “moderna” poderia comprar seu traje de passeio por US15,00, nas seguintes condições: “Casaco de alfaiataria, de 32 polegadas, com punho, colarinho e bolso, de veludo com cordão, botões combinando, com forro de cetim; saia plissada, nas cores azul, vermelha, verde e ameixa, nos tamanho de 12 a 40”. Isto tudo para o traje da esquerda, o da direita custa US$ 18.50.
Presentemente, vários jornais estão se empenhando em digitalizar estes verdadeiros tesouros genealógicos. Com isso, nós pesquisadores poderemos saber mais sobre os nossos antepassados. Também nós aqui no MyHeritage nos preocupamos em oferecer a vocês mais colorido na sua pesquisa. Por isso oferecemos uma vasta coleção de jornais através do nosso SuperSearch e também lançamos avisos de Record Matches quando encontramos algo em nossos jornais que possa ser interessante para a sua pesquisa.
Vocês já pesquisaram em jornais antigos? Que tipo de informações sobre seus antepassados vocês conseguiram encontrar? Conte pra gente nos comentários abaixo.
Maria Lúcia Bernardini
15 de setembro de 2014
Eu, eu, eu! Pesquisei no jornal local, de Itu – SP, “A Federação”, fundado em 1905, cujas edições foram digitalizadas em arquivo de extensão “pdf” e podem ser consultadas na redação (rua 21 de abril, 41, Centro, Itu – SP). Devemos levar um “pen-drive” para copiar as edições que nos interessem. Por causa de um primo em 2.º grau, do lado dos Micai, sobrenome de solteira de minha avó paterna, eu tinha todos os dados referentes a Cesare Micai (nascimento, local de nascimento, nomes dos pais (nascimento e falecimento, locais de nascimento e de falecimento), dos avós (nascimento e falecimento), dos irmãos vivos que vieram para o Brasil com meu bisavô como chefe de família com 23 anos, nomes, datas e locais de nascimento e de morte das duas irmãs que ficaram sepultadas na Itália, e Cesare era um dos irmãos de meu bisavô materno Massimo/Massimino/Maximo Micai.
No entanto, embora soubesse, informação prestada por esse primo já mencionado, que Cesare tinha se casado com “Isolina” Tozoni, não tinha contato com outros descendentes do ramo Cesare Micai. Em “andanças” no Cemitério Municipal de Itu, deparei-me com o túmulo de Cesare Micai e de Duzolina Tozoni Micai (por isso digitei Isolina entre aspas). No túmulo consta que ela faleceu em 24-08-1931, aos 49 anos. De posse de vários nomes de familiares ancestrais, em vez de me dirigir ao Cartório de Registros para obter Certidão de Óbito, fui à redação do jornal “A Federação”, consultei os arquivos digitalizados em extensão “pdf” e no ano de 1931, percorri as edições do mês de agosto. Na edição de 29-08-1931, Anno [sic] XXVII, número 1447, encontrei, digitalizadas, quatro páginas. Na página 02, em “Fallecimento”, o jornal conta que D. Duzolina Tozoni Micai “Victimada por um colapso cardíaco, passou desta para melhor vida na noite de 25 do corrente…”. No túmulo consta dia 24. Tudo bem. Conta a nota do jornal com quem era casada, os nomes dos filhos e que “o enterro teve grande acompanhamento, comparecendo tambem [sic] a corporação musical [sic] ‘União dos artistas’ [a Banda de Itu é um dos motivos de orgulho da cidade, com cem anos completos; ostenta o título, da década de 1960, de melhor Banda Civil do Brasil], que no campo santo tocou sentida marcha funebre [sic]”. Na página quatro, abaixo de uma cruz, o convite de Missa de 7.º Dia, para dia 31 [agosto de 1931], às [sic] 71/2 [sic para 7h30m], na Igreja do Carmo. Esse convite foi feito em nome do “esposo”, seguido dos nomes dos filhos, de uma irmã de Duzolina, dos cunhados (o nome de minha bisavó Domenica não consta, pois já tinha falecido em 1921), dos genros, de uma nora e em nome dos netos (não são nomeados). Agradecimento aos parentes e amigos, além da Corporação Musical “União dos Artistas” que acompanharam “os seus restos mortais até o cemiterio [sic]”. Ytú [sic] 27 de agosto de 1931. Acrescento que o viúvo, Cesare Micai (tratado como Cezario na nota de falecimento, de Cesario no convite de Missa de 7.º Dia e no túmulo, nasceu em Roverbella, Mântova, em 29-03-1875 e, no túmulo, consta que faleceu em 08-12-1958. Nosso primo Geraldo Micai conseguiu um documento, em Roverbella, onde constam os nomes de meu bisavô e dos irmãos e o nome correto desse irmão era Cesare Micai. Enviei cópia desse arquivo do “pen-drive” aos parentes de sobrenome Micai, na esperança de que conseguissem contatar descendentes de Cesare e Duzolina Micai. Os jornais são, de fato, verdadeiros tesouros genealógicos. Por absoluta falta de tempo, embora eu tenha feito uma lista de nomes tanto do lado dos Micai quanto do lado dos Bernardini, ainda não voltei à redação, de posse de datas de falecimentos, para pesquisar. Excelente postagem, Karen.