Entrevista: Arquivo Público Gaúcho

Entrevista: Arquivo Público Gaúcho

Todos nós, interessados da genealogia, temos que vez ou outra, recorrer a arquivos para podermos fazer a nossa pesquisa familiar. Ainda há muitos registros históricos que não foram digitalizados e nestes locais podemos encontrar uma verdadeira “mina de ouro”.

Maria Cristina - APERS

Maria Cristina - APERS

Hoje trazemos uma entrevista para apresentar um dos locais que vocês, como genealogistas, precisam conhecer: o Arquivo Público. A entrevistada de hoje é Maria Cristina Kneipp Fernandes arquivista no APERS desde 1992. Ela trabalhou inicialmente na sala de pesquisa, orientando e realizando as buscas dos documentos solicitados. Depois passou a fazer parte da equipe que desenvolve atividades de assessoria aos órgãos que compõe o SIARQ/RS.

Maria Cristina visitou um Arquivo Público, pela primeira vez, em 1988, como estudante de Arquiviologia e, desde então, luta para tornar os arquivos mais conhecidos pela sociedade: “Não só do público jovem , mas da sociedade como um todo que muitas vezes desconhece os arquivos”, como ela mesma diz.

Boa leitura e boa pesquisa!

MyHeritage: Como é constituído o Arquivo gaúcho?

MC- “O Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul – APERS, Departamento da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos, é constituído pelas: Divisão de Documentação, Divisão de Pesquisa e Projetos e Seção de Apoio Administrativo. A partir desta estrutura são desenvolvidos serviços diversos com o objetivo precípuo da guarda, manutenção e disponibilização do acervo, a fim de que a comunidade tenha um acesso rápido e facilitado aos documentos. O APERS é, ainda, responsável pela implantação de políticas arquivísticas no Estado, como órgão de Coordenação do Sistema de Arquivo do Estado – SIARQ/RS. O APERS possui acervos do Poder Judiciário, Executivo, Tabelionatos e cartórios de registro civil.

MH- O acervo já está todo digitalizado? Quais são os planos para o futuro em termos arquivísticos?

MC- Hoje possuímos parte do acervo digitalizado, por meio de um convênio com a  Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Entre os acervos as Habilitações de Casamento, Cartas de Liberdade, no futuro a ideia é disponibilizar todos os documentos digitalizados no portal da instituição.

MH – Qual é o registro mais antigo? Quantos registros históricos o arquivo posssui?

MC- Não temos como precisar em números, mas o acervo hoje do APERS é de aproximadamente 5137 metros lineares de documentos. O registro mais antigo é a Carta de Liberdade de Escravo e Processo Judicial do ano de 1763.

Acervo Judiciário

Acervo Judiciário

MH – Que tipo de documentos podem ser encontrados?

MC- Processos judiciais, escrituras, procurações, certidões de nascimento, casamento, óbito, habilitações de casamento, entre outros. É um material rico para genealogistas, já que possuimos a custódia de acervos como as certidões de nascimento, casamento e óbito de 1929 a 1975 e habilitações de casamento do período de 1890 a 1985.

MH- Qualquer pessoa pode visitar o Arquivo? Qual é o público habitual?

MC- Sim qualquer pessoa pode visitar o APERS, bem como solicitar documentos para pesquisa. Estas pesquisas também podem ser feitas por meio do site da instituição.
Nós somos visistados principalmente por acadêmicos, genealogistas e público em geral a procura de seus documentos.

MH- Como é possível fazer a consulta online? O que o interessado precisa ter em mãos para fazer a pesquisa? É necessário cadastro? É possível obter uma cópia do documento eventualmente encontrado?

MC- É possível fazer solicitação de documentos por meio de email para serem lidos na sala de pesquisa. É possível solicitar cópias gratuitas de  até 28 cópias de documentos.
– Sala de Pesquisa: Consulta local aos documentos custodiados pelo Arquivo mediante solicitação prévia por e-mail. será solicitado um cadastro de pesquisador.
– Visita Guiada: fazer uma Visita Guiada é uma boa oportunidade para conhecer o conjunto arquitetônico do Arquivo, bem como conhecer as atividades por ele realizadas e a história por trás de suas paredes.

Agradecemos pela entrevista!

Comentários

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  • Nélio J. Schmidt

    30 de setembro de 2014

    Muito boa a reportagem.
    E parabéns ao pessoal daquela instituição.
    Sempre dispostos em tudo.

    GenealogiaRS

  • MAISA ELENA JOHANN

    30 de setembro de 2014

    PROCURO HÁ ALGUM TEMPO A HABILITAÇÃO DE CASAMENTO DE MEUS BISAVÓS POLONESES (À ÉPOCA DOMÍNIO DA RÚSSIA) QUE CHEGARAM AO RS EM 1890.
    MEU BISAVÔ DE NOME MIGUEL TORZESKI ( TORZESCHI- TORGESKI) CASOU-SE AQUI NO BRASIL ( RS, CF INFORMAÇÕES) COM A JOVEM POLONESA SOFHIA KICHILEWSKI REJNIK.
    É POSSÍVEL FAZER TAL BUSCA?

  • MAISA ELENA JOHANN

    30 de setembro de 2014

    OUTRO QUESTIONAMENTO, ONDE BUSCO UM VISTO DE ENTRADA DELES ? SEI QUE CHEGARAM A IJUÍ POR VOLTA DE 1890

  • Adriana Weber

    30 de setembro de 2014

    Amo pesquisar no Arquivo Público… o atendimento é maravilhoso e só tenho a agradecer… é como minha segunda casa…

  • Tãnia Maria Schwarzer

    2 de outubro de 2014

    procuro data e navio de entrada no Brasil de Wilhelm Schwarzer e
    Thereza Lachnit, são alemães, vindos da região da Prússia, Habelschwerdt – Silésia . Devem ter chegado entre o período de 1855 a 1875.

  • Diogo

    2 de outubro de 2014

    Acabei de solicitar algumas informações sobre minha genealogia,e estou bem perto de concluir….rsrs

  • paulo juarez orsi

    24 de novembro de 2014

    Quando poderemos consultar os documentos digitalizados, sem ter que ir à POA tirar fotos ? … Bem no início havia essa possibilidade. Eu digitava o nome da parte, data documento e abriam os registros inerentes à consulta; Porque bloquearam isso ?

  • Antonio Filipe Pereira Lopes

    24 de janeiro de 2015

    Bem Hajam!

    Por acaso descobri My heritage e desde logo fiquei fascinado com a ideia de ir ao encontro de familiares e conterrãneos que de forma escondiada já se encontravam dentro de mim.

    Rapidamente me dei conta das dificuldes e isto já a partir dos meus visavós cujos nomes o tempo foi apagando. Dei-me conta de que esquecemos por completo aqueles que contribuiram para a nossa existencia, raízes do passado algumas jamais as encontraremos.
    A falta de digitalização ou ainda o não envio para a net torna as coisas dificeis para quem está longe.
    Como motivar as autoridades à digitalização e proporcionar este encontro com as nossas famílias já partidas até ao último grau, podemos até dizer até Adão e Eva, mas sejamos realistas se a linhagem é de gente simples, podemos considerar que oficialmente só a partir, de mais ou menos, de meados do século XlX e mais concretamente com a Républica implantada em 1910 ainda se poderão encontrar facilmente registos falo no caso de PORTUGAL.

    Para tràs será talvez mais difícil dado que as estruturas de registos oficiais eram praticamente fora de uso e só as grandes linhagens mantinham registos familiares e auto retratos ou pinturas. As paróquias tiveram e têm um papel preponderante com os regisos de nascimentos, casamentos e enterros, assim torna-se imperioso motivar as freguesias proporcionar em linha o encontro com os nossos familiares que o tempo fez desaparecer.
    De 1917 para tràs concretamente em Fátima o cemitério não possuia as lápides ou os jazigos Assim se iam enterrando os nossos familiares e com eles a lembrança e as nossas raizes que desapareciam para sempre. Alguns dos nossos familiares já não possuem campas com mármore como é o caso de meu avô paterno que não conheci, tendo morrido muito cedo.

    Eventos relativamente recentes, como o caso do enterro em Fátima da Jacinta e Francisco, de entre os três 3 pastorinhos, 1917 -1918, são por assim dizer um marco na historia dos enterros na paróquia : A partir desta data o cemitério passou talvez a possuir campas e jazigos.
    Se hoje nos podemos recolher na campa de certos dos nossos queridos familiares, assim não poderemos falar dos outros cujos lugares não assinalados salvo escritos ainda existentes e os respectivos talhões com o número, passaram a possoir novos corpos estranhos à família.

    Faço sinceros votos para que nós todos possamos ter acesso o mais rápido possível à digitalizaçao dos eventos… retrato do passado ao qual todos temos direito. É uma forma de transitirmos à nossa progenitura as nossas raizes. Bem hajam, António Lopes.