Sim, Cassiano, é justamente este o alerta que fizemos com este artigo!
Nacionalidade espanhola aos descendentes de judeus sefarditas
- Por Silvia
Ao longo das últimas semanas temos visto uma enxurrada de notícias sobre os judeus sefarditas inundarem as redes sociais: são milhares de pessoas que pretendem provar sua origem sefardita para tentar então conseguir obter um passaporte espanhol.
Tudo começou com a intenção do governo de Mariano Rajoy para aprovar no Congresso Espanhol uma modificação no Código Civil daquele país para conceder a nacionalidade espanhola aos judeus sefarditas que consigam provar suas origens ancestrais e, assim, compensar aquelas famílias que foram expulsas de Espanha sistematicamente a partir de 1492.
Os judeus fugiram das perseguições que lhe foram movidas na Península Ibérica durante a inquisição espanhola (de 1478-1834) e se instalaram em novos territórios. Milhares se refugiaram no novo mundo, por exemplo, no Brasil e no México, onde atualmente temos milhares de descendentes dos judeus conhecidos como Marranos (pessoas que foram forçadas a se converterem ao cristianismo, mas que continuavam praticando às escondidas a sua religião).
Em Portugal também houve a prática sistemática de expulsão dos judeus depois do casamento do Rei Dom Manuel com Isabel de Aragão, cujos pais, em 1492, através do Decreto de Alhambra haviam expulso os judeus dos seus territórios. Assim, ou os judeus se convertiam ao cristianismo ou eles se sujeitavam ao exílio forçado sob pena de morte.
O anteprojeto pretende reparar este passado desumano da Espanha e conceder a cidadania também após certificados “os sobrenomes do interessado, o idioma familiar (no caso se ainda falam o ladino – um idioma semelhante ao castelhano, falado por aproximadamente 150 mil indivíduos em comunidades sefarditas em Isarel, nos Balcãs, Oriente Médio e Marrocos, idioma este que também era falado em Portugal), ou por outros indícios que demonstrem seu pertencimento à comunidade judaica sefardita” (Fonte: brasil.elpais.com).
Assim, mais de 5200 sobrenomes diferentes (alguns deles bem comuns no Brasil como Oliveira, Silva, Rodrigues, Nunes, Henriques, Mendes, Lopes, etc.) teriam “direito” à cidadania espanhola. As estimativas indicam que mais de 3,5 milhões de pessoas seriam beneficiadas com o passaporte europeu.
No entanto, ainda que a base do rumor seja verdadeira e que o governo espanhol realmente pretenda conceder a nacionalidade aos que conseguirem comprovar suas origens sefarditas, o projeto ainda não é lei. E a lista de sobrenomes não é uma garantia de que estas pessoas sejam realmente sefarditas. Além disso, o candidato a espanhol tem que provar seu vínculo com a Espanha e com a cultura espanhola no seu sentido mais amplo.
Por isto antes de ligar para o Consulado Espanhol mais próximo é necessário que o candidato a um passaporte estude a fundo a sua história familiar (verificar, por exemplo, se os antepassados portugueses ou espanhóis chegaram ao Brasil nos séculos XVI ou XVII, ou se foram citados nos anais da Inquisição até o século XVIII), a fim de encontrar documentos que comprovem a sua origem, que encontrem também o vínculo que a família ainda mantém com a cultura sefardita (por exemplo através do idioma e ritos religiosos), se há vínculo com a cultura espanhola e que a lei seja realmente aprovada.
Fontes: El País, O Globo e Wikipedia
Cassiano
28 de março de 2014
A notícia é falsa! O governo espanhol não dará nacionalidade aos descendentes de judeus em seu país apenas pelo fato de terem o sobrenome numa lista. Trata-se apenas de um anteprojeto de lei que ainda nem foi discutida pelo ministros.