Oí Walter , simplesmente lindo !! Toca o coração !! Meus parabens !!
Milhares de famílias estão se unindo para homenagear seus pais.
Escrever este texto hoje foi um pouco difícil, nos últimos dias tive o que eu chamo de “interrupção de assunto”, acontece quando o que você pensa em escrever ou comentário que irá postar não te chama a atenção e por isso também não será interessante para quem for ler. Desisti diversas vezes, sentei-me diversas vezes diante de uma página vazia e não sabia o que escrever, revirei livros, textos e páginas na internet, e o assunto não veio, e por fim, desisti novamente, seria melhor me calar a ter que escrever qualquer coisa sem o prazer de escrever. Não escrevo hoje pela obrigação de escrever, mas pela vontade de fazê-lo e pelo prazer que tenho de comemorar dias especiais como o dia hoje. Hoje é o dia dos pais no Brasil.
Este dia, assim como o dia das mães, sempre foi muito especial para mim, pois sempre vi em meus pais os dois maiores heróis da vida.
Meu pai e eu sempre tivemos uma relação de muito respeito, sempre me lembro dele no trabalho, e sempre a última etapa de, quando eu era criança, um possível castigo. Era ele ser chamado e a simples menção de seu nome já me fazia estremecer e buscar esconderijo. Ele não era bravo, pelo contrário, pouquíssimas vezes usou a força para me corrigir, era para mim mais dolorido ouvir suas palavras do que o chicote, pois ele sempre estava correto em suas reprimendas e isso me deixava com a sensação de ter falhado. Ainda me lembro que, doeram mais as palavras que qualquer outro castigo.
Ele foi criado de forma muito pior que a mim, menos tolerância e muito cedo se aventurou na vida, isto lhe deu sabedoria e partilhamos bons momentos juntos. Mas assim como ele havia sido criado, perder toda esta memória de educação foi difícil. Me criou como um Homem, que não chora, não se emociona, não se afeta e não se envolve. O tipo de educação masculina muito comum na geração passada que fazia do homem, ao crescer, um “macho”.
Cresci e esta macheza atrapalhou muito a relação pai e filho, com minhas irmãs ele tinha mais contato físico, comigo se resumia a um aperto de mão, ou uma abraço de alguma festa, mas , deveria ter sido muito mais pois eu sentia a falta e ele também.
Durante anos esta falta de contato perdurou, muitos encontros, conversa, impressões e pouco contato físico.
Um dia, um diagnóstico médico declarou uma corrida, uma luta ansiosa, não pela vida, mas para recuperar um tempo perdido inutilmente. Em mim uma vontade incrível de derrubar os muros que nos cercavam e transformar todo o material desta demolição em uma ponte. O tempo foi implacável, poucos meses depois ele faleceu, mas por breves momentos que, contabilizados em todos os dias que estivemos juntos durante a vida, se tornam uma migalha mas, foram suficientes para que eu reaprendesse a abraçá-lo, como quando eu era bebezinho, não como nas festas, ou nas comemorações, mas um abraço “intimo” de amizade. Dele, agora eu me lembro destes seus últimos dias, quando dois homens romperam os preconceitos e se abraçaram. Uma coisa que ele me ensinou e que jamais vou me esquecer. Lute sempre, a todo instante, até nos últimos momentos para realizar seus sonhos.
Poderíamos ter nos abraçado mais, sinto uma saudade danada de seu abraço. Hoje escrevo com prazer, o mesmo prazer dos poucos e últimos abraços que eu lhe dei. Ele, meu pai, assim como tantos pais que conheço são assim, serão sempre o lado racional, a emoção Razão de qualquer família, mas por dentro escondem seus sentimentos, afinal, são homens, são pais.
Abrace seu pai no dia de hoje, aperte-o muito para retirar este sentimento de dentro dele que teima em não sair. Este sentimento é o impacto que seu pai tem sobre você.
Aos que já perderam seus pais, assim como eu, abrace-o assim mesmo, com o coração.
Feliz Dia dos Pais.
Ilda Maria Medeiros
14 de agosto de 2011
Obrigada Walter
Mais um magnifico texto!
Eu ja perdi meu pai… e estea leitura …me fez recordar …todos os belos momentos …que passei com ele.
Meu pai…. meu querido pai….
Senti seu abraço …obrigada…