Post de uma convidada: Maria Lúcia Bernardini

Post de uma convidada: Maria Lúcia Bernardini

Hoje temos o prazer de trazer para vocês o texto de uma usuária do site de MyHeritage: Maria Lúcia Bernardini, de Itu/SP. Só que ela, hoje, não veio nos falar da sua história familiar, mas sim, resolveu fazer uma reflexão a partir de uma propaganda que leu em uma revista – a despedida da Kombi. Ela então reflete sobre o testamento do automóvel e os testamentos das pessoas e nos mostra como é difícil quando um testamento não é escrito. Como isso pode levar a desentendimentos ou, até mesmo, rompimentos entre familiares.

Boa leitura!

Os últimos desejos da Kombi e a árvore genealógica

Imagem: http://blogdakombi.copava.com.br

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O pretexto para esta reflexão é Últimos desejos da Kombi antes de partir.

Fique à vontade! Após visitar esse “link”, ler e assistir aos vídeos, continuarei a refletir.

Como foi emocionante e admirável a forma encontrada para a despedida da Kombi.

Com relação aos seres humanos, os legados materiais são muito complicados. Não é raro que o falecimento de alguém, por causa de partilha injusta, cause um rompimento familiar e, com o passar das gerações, essa partilha seja motivo de mágoas, rusgas, desentendimentos, falta de relacionamentos entre os descendentes…

Estou me referindo a antigas formas de legados entre os oriundi, especificamente, pois, na Itália, os primogênitos eram os beneficiários naturais dos bens e, aparentemente, quando os italianos imigraram para o Brasil, mantiveram esse “costume”, se não estou utilizando o vocábulo errado.

Se fossem situações corriqueiras – não os bens legados apenas aos primogênitos – poderíamos atender à sugestão de Drauzio Varella e “entrar pela porta do lado”, para evitar que o desrespeito se torne um conflito de proporções inimagináveis: A porta do lado.

Porém, o assunto são os direitos dos descendentes de quem faleceu, deixou bens e, eventualmente, não deixou testamento. Por esse motivo, no momento em que a partilha de bens não foi justa, volto às colocações iniciais com relação a muitas famílias, até a presente data, com conflitos que nunca se resolveram. Gerações e gerações depois, quando os mais velhos já não estão mais vivos para esclarecimentos, é possível que os descendentes não se conheçam, não se relacionem e nem ao menos saibam por qual motivo o contato familiar se rompeu.

A experiência de levantar os dados de perfis de uma árvore genealógica, pelo mero prazer de saber quantos somos, de quem viemos, de onde vieram nossos ancestrais, de coletar fotos que não fazem parte do acervo de nosso ramo familiar e publicá-las para compartilhar com os membros do nosso website de família, de compartilhar histórias, “causos”, de conhecer primos, seus cônjuges, seus filhos e ampliar essa árvore com os perfis do lado paterno, materno é de uma riqueza espiritual incalculável.

Temos que entrar em contato com pessoas com quem nunca nos encontramos pessoalmente e, muitas vezes, essas pessoas não estão sintonizadas com o nosso objetivo, não nos respondem, não colaboram com nosso website de família, seja por qual motivo for e não devemos julgá-las, pois cada um sabe de suas razões, mas quando há retorno positivo, é motivo de júbilo, de uma alegria que beira à manifestação infantil.

Todavia, ao contrário dos últimos desejos da Kombi, uma despedida criada por gênios do marketing e da tecnologia da informática sobre um objeto, o pior motivo para que alguém não consiga preencher ao máximo os perfis da árvore genealógica e, sem dúvida, o das antigas mágoas de partilhas de bens, injustas e mal resolvidas, são os impedimentos.”

E na sua família? Você acha que a sua árvore genealógica pode ajudar a prevenir problemas futuros? De que forma? Já houve um desentendimento como o do texto, em que gerações futuras não se falam sem ao menos saber ao certo o por quê?