Este é um recado para Erika, filha de Jurema e neta de tia Zezé e seu marido Geraldo. Você pode manter o sobrenome Dansa mesmo casada. Minha filha Claudia Valéria, que tem esse Valéria
tirado da irmã de Jurema, manteve o Dansa que tinha em solteira.
Hoje vamos contar aqui no blog a história de um dos nossos usuários: Hélio Dansa.
Hélio, de 76 anos de idade, prefere não divulgar a sua foto pessoal, mas compartilhou conosco histórias muito especiais da sua família. Ele é casado há 55 anos e foi Recruta da Polícia Militar aos 17 anos. É ex-aluno da Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena, MG, foi securitário por muitos anos, e hoje é Corretor de Seguros. Na sua extensa lista de ocupações e títulos destaca-se ainda a pós-graduação em Direito Imobiliário pela FMU e o fato de que é advogado militante em Campinas, SP, há mais de 20 anos.
Helio ainda não conseguiu descobrir muita coisa em relação ao seu lado paterno, mas há 50 anos pesquisa a sua história familiar e no ano passado ele descobriu o site de MyHeritage. Ele chegou até Barcelona, na Catalunha, província hoje separatista da Espanha e encontrou o seu sobrenome no aeroporto de Barcelona – El Prat de L’Obrigat.
“De meu avó paterno, Estevam Dansa Prat, nascido em Madrid, Espanha, tenho uma foto de família, mas não o conheci pessoalmente, porque faleceu antes de meu nascimento. Como tenho 76 anos de idade, certo que ele chegou ao Brasil bem antes disso. Além da foto, tenho um baú de ferramentas com as iniciais E. D. inscritas num losango de latão. Coincidentemente, o losango figura no brasão da cidade de El Prat, onde fica o aeroporto de Barcelona, na Catalunha. “
Seu avó, um carpinteiro, nasceu em Madrid e veio para o Brasil trazendo um parque de diversões de sua propriedade. Casou-se com Teodolina Barbosa, que não recebeu o sobrenome Prat, mas apenas Dansa. Foi ela quem lhe deu o nome de Helio. Sua mãe queria Paulo, nome que foi dado, posteriormente, ao filho de Helio.
Helio pode constatar que a música é uma constante na sua árvore genealógica e são vários os episódios com veia musical.
O pai de Helio tocava saxofone na Banda Municipal do RJ, ao tempo em que o mestre era o Pixinguinha, autor de “Rosa” e ” Carinhoso”. Hélio não toca instrumentos de sopro porque foi influenciado mais pelo choro de seu tio e padrinho José Angelo e toca violão de sete cordas com encordoamento de nylon.
Seus pais se conheceram num bloco de carnaval do subúrbio, onde a mãe era porta-bandeira.O lema de Helio é até hoje “Quem canta seus males espanta”.
Através de suas pesquisas ele chegou a uma ancestralidade lombarda que remonta à construção do DUOMO em Milão, cujas origens se misturam às da própria família Visconti. O Visconti mais antigo que pesquisou, recebeu o título nobiliárquico de Visconti por ter conseguido conduzir a bom termo a construção da Catedral de Milão, o famoso DUOMO. Daí provém sua “nobreza” de DNA. Porém, Helio considera mais importante o mesmo DNA ter relação com o Papa Beato Grgório X, que “… praticamente reinaugurou a Igreja Católica Romana”.
Se seus sobrenomes femininos de família tivessem sido preservados, hoje Helio seria HELIO D’ANGELO VISCONTI DANSA PRAT, Dansa Prat pelo lado de seu pai, D’Angelo Visconti pelo lado materno.
Helio comenta:
“Se me proponho a contar essa parte de minha história de família, é porque houve aqui, no Brasil mesmo, uma história ultra-romântica que passo a narrar: Vovó aludia com frequência a que nós, apesar da pobreza extrema em que vivíamos, deviamos nos orgulhar por ser descendentes de nobres, e contava mais ou menos as razões, do que duvidávamos um pouco. Até que, já formado em Direito e advogando, resolvi restaurar o processo de inventário de meu avô materno, Alberto Angelo, que estava parado havia muitos anos por falta de recursos. Na busca por documentos comprobatórios, achei certidões diversas. Uma delas me chamou a atenção: constava que Alberto Angelo era filho de Affonso D’Angelo Visconti. A história de vovó começava a fazer sentido…
O Comendador Affonso D’Angelo Visconti foi rico empresário na hotelaria carioca e possuidor de muitas terras na região de Além Paraíba, em cuja cidade introduziu o bonde como meio de transporte, grande feito para a época em que isso ocorreu. O mais importante, é que ele era irmão de sangue do grande pintor Eliseu D’Angelo Visconti, que chegou a ser diretor da Escola Nacional de Belas Artes, no RJ. Perpassando as pinturas de Eliseu Visconti, encontrei “Retrato de meu irmão Affonso” e ” Meu sobrinho Alberto”.
Achei também um quadro que denominou “a caboclinha”. Estava confirmada a história que vovó sempre contava. Como era ela nascida em Leopoldina, município contíguo a Além Paraíba, e como a pintura tinha os pés descalços, logo imaginei que vovó era a própria caboclinha, que veio a casar-se com Alberto tendo ele apenas 17 anos, a contragosto de Affonso, seu pai, meu bisavô materno. Tudo convergiu para a verossimilhança do que vovó dizia. Ela nunca se assumiu como a modelo de ” a caboclinha “, mas ninguém lhe perguntou, ora… ”
Muito obrigada Helio pela sua participação no nosso blog e por compartilhar conosco a história da sua família!
Escreva você também, querido leitor, e conte-nos a sua história familiar. Pode ser através dos comentários abaixo ou por email: brasil@myheritage.com.
Raon Dansa Motta
3 de dezembro de 2013
Fico maravilhado ao ver como meu avô foi fundo em sua pesquisa. Excelente texto, muito bonito. Agora sei mais ainda sobre minha família 🙂