Brincar de passado

Brincar de passado

Nosso assunto ainda é criança.

Ontem publicamos sobre elas e falamos sobre alguns brinquedos que estão em moda e outros que já sairam de moda, mas ainda são muito interessantes.

Logo após a postagem, um saudoso amigo me ligou e fez suas considerações sobre o texto e acabamos por nos lembrar de longas épocas no passado.

Falamos sobre as brincadeiras que aprendemos com os nossos pais e eles por sua vez com os pais deles e indo mais além. Em uma época que os brinquedos não eram produzidos em larga escala e se ter um brinquedo era coisa de criança rica. Mas, se faltou dinheiro naquela época, não faltou a presença dos pais na educação e resgate de brincadeiras que nem exigiam dinheiro e divertiam muito.

Algumas destas brincadeiras já estão esquecidas pela maioria dos pais e muitas crianças hoje em dia estão sendo privadas destas diversões.

Eu estou tratando das brincadeiras que foram trazidas pelas gerações anteriores e que muitos só as conheceram por que os  nossos pais  nos transmitiram.

Amarelinha, pique esconde, passa anel, escravos de jó e tantas outras brincadeiras fazem parte deste rol de diversões que vieram de longas gerações. Algumas, viajaram o mundo, outras são mais antigas que muitos países e outras são tão simples que basta duas crianças para se divertir por um bom período.

Esta brincadeiras estão em nossas famílias a séculos e muitas das crianças de hoje ainda não as conhecem.

Vamos rever estas brincadeiras? Vamos passar o bastão e ensinar estas brincadeiras para nossas crianças?

Quais delas você sabe brincar? Quais destas brincadeiras foi o seu pai ou sua mãe que ensinou? Ou terá sido a vovó?

Quer saber porque hoje em dia, você vê poucas crianças brincando destas brincadeiras? Veja algumas motivos pelo qual se pode encaixar a maioria das crianças que deixaram de brincar como antigamente.

1 – A redução dos espaços residenciais e a verticalização das cidades fez com que espaços de lazer sejam em número bem reduzido. São raros os espaços onde se pode marcar o chão, ou fincar a trave para um jogo de bola, na maioria dos casos é cimento ou concreto. Jogos de arremesso de bolas como queimada, taco e tantos outros, nem pensar, veja a quantidade de vidros a sua volta.

2 – A necessidade de ocupação em tempo, com o trabalho, quase integral pelos pais, afasta as crianças do convívio e os finais de semana, geralmente são para descansar. As crianças estão sendo motivadas a se socializarem rapidamente para poderem dar um “descanso”.

3 – Playgrounds cada vez mais elaborados são a atração dos pequenos e o que antes exigia a presença de um adulto para empurrar, arrastar ou ajudar a subir esta sendo substituído pelas facilidades do brinquedos. As crianças estão brincando sozinhas.

4 – Os brinquedos atuais monopolizaram o tempo da criança. Enquanto que antigamente, no mesmo dia, se brincava com vários brinquedos e se fazia diversas brincadeiras, os brinquedos atuais levam a criança a ficar horas e horas na mesma ação. O excesso já virou motivo de tratamento médico em alguns casos.

5 – A modernidade esta fazendo com que as crianças sejam mais cobradas em resultados para o futuro, sendo colocadas em cursos e escolas que antecipam a adolescência em alguns anos, facilitando o abandono da infância para se preparem para o futuro.

Estes motivos, citados em algumas leituras de blogs e reclamações de pais, nos faz lembrar que talvez o jogo esteja invertido. Estamos transformando as antigas brincadeiras em brincadeiras de adultos, com brinquedos que ” complementem a educação futura da criança”.

Para mostrar a inversão, a Amarelinha antes eram um exercício militar praticado pelos soldados romanos, as crianças, passaram a usar as caixas para pularem, avançarem e recuarem, como os soldados faziam em seus exercícios. As mudanças e adaptações durante os séculos criou a brincadeira chamada Amarelinha. Enquanto antigamente as crianças imitavam os adultos em suas brincadeiras, as brincadeiras de hoje ensinam não a imitação mas sim a ação como adultos. Veja os jogos de maior sucesso entre os games atuais, e você verá que são: Lutas, batalhas e o pior, sem a emoção da brincadeira. O chute na bola de antigamente pode ser feito em um joystick.

Não ensinar estas brincadeiras antigas aos filhos é tirar o prazer das crianças.

Você já brincou hoje com seus filhos ou netos? O que você transmite de brincadeiras do passado para eles?

//

Comentários

O endereço de e-mail é mantido privado e não será mostrado

  • sonia maria sampaio sales

    11 de outubro de 2012

    Infelizmente, das últimas 3 décadas, nem se falam nessas brincadeiras. É uma pena, pois as crianças de hoje não sabem o que é brincar.

  • Maria Eloisa Perira de Menezes

    24 de outubro de 2012

    Quando pequena as brincadeiras não tinham sexo, meninos e meninas se misturavam em bincadeiras de rodas, pique tá, pula carniça e….. jogar bola, soltar pipa, correr descalça, pular muro subir em arvore…. e >>>>> um maximo, porém hoje, o progresso a tecnologia, acabou com essa magia, a pureza e o encanto>>>>>

  • FRANCISCO TEIXEIRA

    31 de outubro de 2012

    É as brincadeira antigas acabaram. Lembro de quando eu era criança e brincava essas brincadeiras antigas na escola.
    A brincadeira que eu mais gostava era uma chamarra de “Barra Boll” não sei se vocês lembram. Era um brinquedo que fazíamos no recreio; era assim: no recreio todos saiam para o pátio da escola e depois do lanche, resolvíamos brincar. A turma de crianças da classe para essa bricadeira se dividia e duas turmas. A professora tinha que participar da brincadeira porque sem ela não tinha graça. Os dois grupos ficavam um em frente ao outro sendo separados com uma risca no chão que servia de divisória. Era usado uma bolinha dura. Essa bolinha ficava na mão de uum menino de um lado. Ele então atirava a bolinha para o outro lado de modo que ninguém pudese pegar. Porque quando um menino do lado de lá pegava a bolinha um menino ou menina passava para o outro grupo. Esse era o primeiro ponto. Já nesse começo os dois grupos ficavam desequilibrados, porque? Porque um lado ficava com mais um e quem estava perdendo ficava como menos um jogador; era mesmo que uma expulsão. E o jogo continuava e esse menino que veio do outro grupo era marcado por todos os meninos inclusive a frofessora se ela estivesse no lado que estava pedendo; o time que estava ganhando agora começava atirar a bolinha para o menino que estava do lador dos perdedores, mas pertenciam ao lado que estava ganhando. E o lado que estava ganhado sempre e esforçava em atirar a bolinha ao jogador que lhes pertencia; porque se esse, apesar da marcação pegasse mais um bola, mais um menino ou menina passava para o lado que estava perdendo. E com isso o lado que etava perdendo ia ficando defalcado, perdendo elemento, e isso continuava até do lado perdedor ficar somente com um jogador. Nessa altura essa lado só com um jogador era considerado derrotado. Brincávamos de mais brincadeira, como por exemplo de “Bétia” de “Rodar Pião” de “Esconde Esconde”e outros. Gostaria de saber e alguem que participa desse blog já brincou de “Barra Boll” ou desses outros brinquedos que me referi ou se já teve conhecimento deles.