O nosso momento de glória

O nosso momento de glória

Sábado, quando recebi a notícia do falecimento de Neil Armstrong me lembrei deste tão ilustre homem e de seu grande feito para a humanidade.

Na época, adolescente de 14 anos, eu estava em uma cidade de veraneio, na praia, em Ubatuba. Lembro-me que a notícia do lançamento e do pouso gerou bastante expectativa em todos nós. Os administradores da cidade, colocaram televisores nas praças para que todos pudessem assistir este evento. Eu, amigos e parentes estávamos lá, ansiosos e ficamos aguardando a transmissão. A Televisão em preto e branco, mostrou algo muito novo para nós.

Naquele dia, eu e os amigos, a noite, sentados na praia, olhávamos o céu, a Lua e imaginávamos a nós mesmos em viagens exploratórias, inéditas e emocionantes.

Isso influenciou sem dúvida nossas carreiras, nossas vidas pessoais e expandiu nossos limites.

Hoje, diante do falecimento deste homem, que fez parte na minha história, fiquei a pensar que eu vivenciei isso e sou uma pessoa de sorte. E comecei a fazer um balanço de todos os eventos marcantes de minha vida, assim como o homem pisar na Lua.

Encontrei muitos destes momentos de exploração, de vitórias e de superação de limites, mas também encontrei momentos de medo, como os da Apollo 13 e algumas vezes vi minha nave explodir como a Challenger. Afinal, eu tenho uma vida tão normal como a de qualquer outro.

Estes eventos estão em nossas vidas como um marco que nos permite avaliar o que somos dentro dos anos.

Minha Família é de brasileiros. Meus pais, vivenciaram a Quebra da Bolsa de Valores de Nova York e as suas repercussões no resto do mundo, presenciaram a Revolução de 1932 no Brasil, a Segunda Guerra Mundial e a explosão da Bomba Atômica em Hiroshima e Nagasaki.

Meu avô, participou da instalação das Estradas de Ferro, viu da chegada da eletricidade às cidades, temeu na I Guerra Mundial e viu a Semana de 22 que tanto mudou a Cultura do Brasil.

Meus bisavós por sua vez, estavam presentes na Libertação dos Escravos, na Proclamação da República, a Guerra dos Farrapos e acolheram muitos outros patrícios vindos da Itália na busca de melhorias no Brasil.  Vivenciaram a emoção de serem exploradores das Américas.

Estas emoções fizeram parte de minha família e muitas outras que também foram presenciadas, vivenciadas, ouvidas ou assistidas e que se tornaram parte de História de Minha Família. Saber sobre elas e como meus antepassados as viram, me coloca dentro de um contexto histórico e me ajuda na formação da história da minha família.

Ouvi algumas vezes de meu pai, as experiências sendo contadas, ouvi de minha mãe mais algumas coisas que os pais e os avôs dela viveram, tive a oportunidade de contar algumas coisas para os meus filhos. Mas já os meus netos, eu acredito que não estejam recebendo o mesmo.

Hoje a sociedade esta muito dinâmica, corrida e impessoal, os pais cobram muito dos filhos. É cobrança das tarefas escolares, de atividades extra curriculares, das organizações domésticas e as crianças estão perdendo o dialogo. Aquele dialogo que só tínhamos quando sentávamos em um banco de praça, em algum sábado ou domingo a tarde, comendo pipoca.

Hoje, as crianças, quando não estão em casa na frente de um video game, são levadas para passear ou em um shopping super lotado ou em alguma festinha de aniversário e esta modernidade esta ensinando as crianças o dialogo monossilábico, “sim”, “não”, “não sei”, “fui”, “é”, “gostei”, “compartilhei…”  e etc. Elas estão aprendendo a conversar pouco, e até mesmo, quando conversam entre si, as palavras são poucas e muitas vezes sem uma continuidade de dialogo.

O Homem pisou na Lua, a maioria de nós, testemunhas, comentou muito este fato. Foi motivo de conversa por um longo tempo. Na época, imaginávamos desde as novas e possíveis viagens a outros planetas, até a descoberta de homenzinhos verdes na Lua.

E hoje? O que comentam seus filhos e netos sobre a viagem à Marte?

Os eventos fantásticos que irão encher as mentes de orgulho no futuro estão acontecendo. Estamos conversando sobre isso? Não perca as oportunidades.

Em 1969, os administradores de Ubatuba, colocaram as televisões nas praças pois sabiam que era ali que havia uma grande concentração de pessoas. Passeando em Família.

Comentários

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  • Maria Angela Canella Olivas

    27 de agosto de 2012

    Muito bom e verdadeiro.E quantas histórias que sabemos que foram contadas pelos nossos pais e que realmente foram eternizados por nós irmãos e que fazem parte da nossa vida.Grandes lembranças.Um grande beijo mano.

  • FRANCISCO TEIXEIRA

    9 de setembro de 2012

    Eu também lembro de quando Armostrong pisou na Lua, nessa época não tinha televisão como hoje, era todas em branco e preto. Passei quase a noite inteira na casa de meu grande amigo OSCAR, (que Deus o tenha).Cedo naquela noite começou as programações a respeto desse desafio, e nós eu com minha esposa Raimunda e nosso filhinho SERGIO que tinha poucos anos de vida estavámos empolgado mesmo antes de ARMOSTRONG pisar na Lua e estender a bandeita Norte Americados na sua superfície. Foi grande a alegria de todos os povos do Brasil e do mundo, pois todos já haviam percebidos que naquele dia tinha raiado uma nova era. Poucas semanas atrás me entriteci pela triste notícia da morte de quem deu tanta alegria ao mundo, nosso Heroi ARMOSTRONG. Muito obrigado amigos pela oportunidade e por isso deixo aqui meu grande abraço a todos.

  • Yurika

    20 de dezembro de 2015

    Hola Faustino, que alegreda que te comuniques por este medio, te envie un email con un douecmnto adjunto en pdf. Me confirmas ok. Saludos a todos lo amigos de FF Tarapoto y un fuerte abrazo.