Agradável coincidência.

Agradável coincidência.

Não tem como não reconhecer duas coisas em toda pesquisa genealógica. Ou melhor dizendo, duas ferramentas imprescindíveis para se fazer genealogia.

A primeira ferramenta é a Memória Oral da família e a segunda ferramenta é a Sorte.

Eu sempre anotei as histórias contadas por todos de minha família, anotava primeiramente em papeis e agora, em blocos digitais.

Isso foi muito importante para mim.  Já contei algumas histórias de minha pesquisa aqui e muitos já devem até se habituado com isso. Muitos já conhecem algumas de minhas dúvidas criadas por duas versões do mesmo fato.

Nestes casos, que ao conversar com um parente, se obtêm uma versão e conversando com o outro se obtêm outra versão eu opto por acreditar nas duas versões. Como se diz na gíria popular… Onde há fumaça, há fogo.

Minha mãe me contava uma história e a soma dos personagens da  história dela nunca bateu com o que outros parentes me reportavam, sempre existia um número maior de pessoas reportadas por minha mãe e isso me intrigava. E ela sempre falava de “um irmão” de meu bisavô.

Antes que alguém comente, eu vou explicar o porque é que a minha pesquisa estava travada em um parente tão próximo. Minha árvore crescia para todos os lados, menos no ramo do meu bisavô. Eu nunca conseguia criar a estrutura lógica e genealógica deste ramo da família. Quando aparecia um parente com o mesmo sobrenome, os antepassados não se encaixavam na estrutura. Fui levando em banho maria por muitos anos.

Nunca ninguém sabia me dizer sobre este “irmão” do meu bisavô,  todos os outros, exceto minha mãe, diziam que o meu bisavô veio sozinho para o Brasil oriundo da Itália.

E mais da metade dos parentes que eu achei com o mesmo sobrenome, na mesma cidade de origem, no mesmo rincão, não tinham o mesmo bisavô. Confesso, até pensei que bisavô tinha “pulado a cerca”.

Recentemente eu tive acesso a um documento e ai veio a Sorte, pois todos os consultados diziam que meu bisavô se chamava Jacintho, e com este nome, nenhum italiano aportou no Brasil. Minha prima encontrou a Lista de Passageiros do Vapor Frisia e lá constava Giacintho, e o mais importante o nome de dois filhos, exatamente os nomes que eu achava que eram frutos do “pulo de cerca”.

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E mais, o possível “irmão” de meu bisavô na mesma lista, o que vai dar muita pesquisa daqui para frente.

Agora minha pesquisa se amplia para Giovanni e Guido, filhos de meu bisavô, e dos outros possíveis parentes Giovanni, casado com Priscilla e pais de Emiliana, Romana, Sicilia, Fiorindo, Alba e Amadeo.

Se não fosse a Memoria Oral, eu já teria construído a estrutura de minha árvore do jeito que eu imaginava que seria. ( Valeu mamãe).

E a SORTE de encontrar na linha acima da Lista de Passageiros, um nome que me leva a inúmeras outras possibilidades, pois penso eu: O que estariam fazendo dois Canellas no mesmo navio? Coincidência ou seriam parentes?

Onde há fumaça…

Tenho certeza que você também deve ter lá os seus elos desconhecidos, todos nós temos.

Basta anotar tudo por mais insignificante que seja, por mais estranho que seja e acreditar na sorte.

O que não pode acontecer é você chutar e montar a estrutura em suposição. Vou usar aqui o grande pensador Millôr Fernandes para concluir:

EM CASO DE DÚVIDA… DUVIDE.

Registro da foto: 17821423 StockPhoto

Comentários

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  • Rubens Schramm Filho

    6 de junho de 2012

    Muito Legal, Walter,

    Encontrei muita coisa pela agradável coincidência também,
    Saudações

  • Anselmo biriba dos santos

    18 de maio de 2013

    muito legal primo, pois naõ existe plantas sem raizes ,mostra q voçe valorisa sua raiz, boa sorte.

  • Lucas

    3 de julho de 2019

    Muito legal! O meu bisavô veio para o Brasil neste mesmo navio e nesta mesma viagem, provavelmente passaram um pelo outro dentro do navio no meio do oceano (ou não)! hehehe